Favorito, Moyes pega carona na fama escocesa para substituir Ferguson

Caso seja realmente anunciado como substituto de Alex Ferguson no comando do Manchester United, David Moyes só vai causar surpresa fora da Inglaterra. Além de já ter sido elogiado publicamente por Ferguson e mesmo nomeado como um possível sucessor em entrevistas (ao lado de José Mourinho e Pep Guardiola, diga-se de passagem), o escocês é uma opção óbvia por conta da reputação dos treinadores da terra do puro malte, fortalecida antes mesmo de Sir Alex cruzar pela primeira vez os portões de Old Trafford, há 27 anos.

Historicamente, treinadores escoceses estão por trás de grandes conquistas dos clubes ingleses. Foi assim com Matt Busby, que comandou o United na conquista do título europeu de 1968 e ficou 24 anos no cargo.

Bill Shankly e Bob Paisley participaram de uma sucessão de títulos no Liverpool que inclui quatro títulos europeus. Na atual temporada, quatro escoceses estiveram no comando de times da primeira divisão.

Moyes nunca ganhou um troféu, mas em 11 anos no Everton ele fez muito mais do que o apertado orçamento do primo pobre de Liverpool permitiu. O auge foi a quarta colocação em 2005, que levou o time para a Liga dos Campeões – caiu na última rodada do playoff de acesso diante do Villareal.

Ele obedece fielmente ao estereótipo de escocês durão e com sotaque carregado, que na Inglaterra passa uma imagem de autoridade, ao ponto de alguns dos principais comentaristas esportivos da TV inglesa virem das fronteiras do norte.

Se sua ida para Old Trafford for mesmo confirmada, no entanto, Moyes precisará de mais do que uma veia pulsante no pescoço. Se a diretoria do Manchester esperou três anos para que Ferguson trouxesse a primeira taça, a FA Cup de 1989, seu sucessor não deverá contar com a mesma paciência. Outro problema se chama Wayne Rooney: o atacante e o treinador brigaram quando Rooney trocou o Everton pelo United, em 2004.