C. Alberto exalta defesa e diz que absolvição é 'primeiro título do ano'

Carlos Alberto não escondeu a emoção após a absolvição do caso de doping em julgamento realizado nesta quarta-feira pelo TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro). Com os olhos marejados, o camisa 10 do Vasco conversou com a imprensa na saída da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, na Barra da Tijuca, e avaliou o resultado como o primeiro título da temporada.

“É como um título. Pensando nessa situação é o primeiro título do ano. Espero conquistar taças com a bola rolando a partir de agora. Isso só prova a minha honestidade. Não burlei o regulamento para buscar um desempenho desonesto. Passei momentos angustiantes e foi tudo muito difícil”, afirmou.

O meia cruzmaltino fez questão de exaltar a advogada Luciana Lopes, responsável pela performance que o isentou frente aos julgadores no tribunal da Barra da Tijuca.

“Sempre acreditei na minha defesa e na advogada Luciana Lopes. Ela é uma grande pessoa, mãe de família e jamais vou esquecer tudo o que fez por mim. É o tipo de coisa que você guarda para a vida toda. Agradeço muito por tudo e só quero pensar em jogar”, completou.

Por fim, Carlos Alberto passou a bola da renovação de contrato para a diretoria - o atual vínculo termina no dia 2 de agosto. Livre da acusação de doping e apto a atuar, o jogador está à disposição para o confronto contra a Portuguesa, sábado, às 18h30, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro.

“Estou pronto para jogar mesmo não treinando nos últimos dias. Depende do Paulo Autuori. Sobre a renovação não quero falar. Essa bola está com a diretoria. Você tem que perguntar para eles (risos)”.

Entenda o caso
Carlos Alberto foi flagrado no antidoping após a vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, no dia 2 de março. O exame deu positivo para Hidrocloratiazida (diurético que combate a hipertensão arterial) e Carboxi-Tamoxifeno (tipo de hormônio), que também podem mascarar a utilização de outras substâncias. O meia apenas treinava no Cruzmaltino já que estava suspenso preventivamente.

A defesa do jogador alegou contaminação cruzada dos medicamentos ortomoleculares utilizados pelo atleta e confeccionado pela farmácia de manipulação Silvestre. O meia Deco, do Fluminense, foi flagrado no exame antidoping com as mesmas substâncias realizadas pelo laboratório em questão. O esforço foi reconhecido pelo tribunal, que comprou a versão dos advogados do Vasco e absolveu o jogador por 4 votos a 1. O pleno do TJD tem cinco dias para recorrer da decisão.

O nadador Cesar Cielo utilizou a mesma estratégia de defesa em 2011. Flagrado com Furosemida, o atleta argumentou em julgamento na CAS (Corte Arbitral do Esporte) e recebeu apenas uma advertência. Já o atacante Dodô não teve a mesma sorte e foi suspenso por dois anos pela instituição após alegar a chamada contaminação cruzada.