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Sem reforços, torcida do Santos protesta contra diretoria e até 'boneco' de Neymar é vetado

Carlinhos, dono da padaria, reduto da torcida santista, "escondeu boneco" de Neymar - Fernando Donasci/UOL
Carlinhos, dono da padaria, reduto da torcida santista, "escondeu boneco" de Neymar Imagem: Fernando Donasci/UOL

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

08/06/2013 06h00

Após a saída do atacante Neymar para o Barcelona, da Espanha, a paciência do torcedor do Santos parece ter acabado. Nesta semana, a torcida protestou em frente à Vila Belmiro e também utilizou sites e redes sociais. A Torcida Jovem, inclusive, fez um comunicado cobrando reforços e ainda ironizou o Comitê Gestor do clube ao questionar o principal lema de campanha eleitoral.

"Diretoria e Comitê Gestor, cadê a responsabilidade perante o planejamento do clube sobre reforços? Queremos nosso Santos disputando títulos e com time à altura das nossas tradições. É hora de acordar, chega de incompetência. O Santos não pode mais?", diz o comunicado.

Na padaria “A Santista”, principal reduto de torcedores do Santos na cidade do litoral paulista, sobrou até para o atacante Neymar, considerado por muitos santistas como o segundo maior jogador da história do clube, ficando atrás apenas de Pelé.

Após a polêmica transferência do craque para o Barcelona, da Espanha, os torcedores que convivem no local "esconderam" por tempo indeterminado uma reprodução de Neymar quase em tamanho real e feita de madeira. O “boneco” ficava exposto na fachada da padaria e, segundo os frequentadores da padaria, só retornará ao local caso o atacante volte a defender o time da Vila Belmiro.

“Tiramos (o boneco), o nosso negócio é o Santos, nós torcemos para o clube, jogador é outra coisa. Ninguém aqui da padaria é bobo. Vender jogador é fácil, mas comprar que é difícil né. Não vai contratar ninguém? Queremos jogadores. Contrata o Robinho, mais algum jogador e deixa a molecada com o técnico Claudinei Oliveira”, afirmou Carlos Eduardo Fernandes, o Carlinhos, dono do local.

Já o protesto que ocorreu em frente ao estádio alvinegro teve como alvo principal o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues. O dirigente ocupa o lugar do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, que se recupera de problemas de saúde. Além de Odílio, o superintendente de futebol, Felipe Faro, e o superintendente administrativo, Henrique Schitler, também tiveram seus nomes citados pelos torcedores que foram ao local.

A cobrança do torcedor aumentou devido à venda de Neymar. Os santistas não focam os protestos por causa da saída do craque, porém não abrem mão que a diretoria utilize parte do dinheiro arrecadado na transação para reforçar o elenco. O Barcelona informou que a negociação de Neymar custou ao todo 57 milhões de euros (R$ 157 milhões). O montante será dividido entre Santos, o fundo DIS, o grupo de investidores Teisa e o pai do jogador.

Robinho é o preferido da torcida. A diretoria santista já iniciou as negociações com o Milan, da Itália, mas não transmite confiança ao torcedor. Isso porque o Comitê Gestor do clube já tentou, sem sucesso, contratar o jogador no início desta temporada.

Entre o fim de 2012 e o começo de 2013, o Santos esbarrou nos valores. O Milan pediu 10 milhões de euros para liberar o jogador, que pediu salários de R$ 1,1 milhão livres de impostos por um contrato de três anos. Desta vez, o atacante está disposto a receber pouco menos de R$ 1 milhão e discutir a questão dos encargos.