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Emerson fecha polêmica com recuo e em baixa com torcida e Tite

Do UOL, em São Paulo

24/08/2013 06h00

Quando postou a foto de um “selinho” em um amigo no Instagram, Emerson dividiu sua audiência entre aqueles que aprovaram o gesto corajoso e outros que condenaram a atitude com uma postura homofóbica. Uma semana depois, o Sheik sai da polêmica com a imagem arranhada dos dois lados.

Vítima de preconceito e condenado por uma suposta hipocrisia, o atacante ainda vive um mau momento esportivo, às turras com Tite e na reserva do Corinthians. Em uma semana especialmente atribulada até para alguém que tem vasto currículo de confusões, Emerson sai em baixa em praticamente todas as frentes.

As consequências da polêmica do “selinho” ainda são desconhecidas. Porém, o fato do desfecho ter saído em uma reunião com torcedores organizados dentro do CT do Corinthians, na presença de um diretor do clube, é um indício do que aconteceu. Minutos depois do encontro, Sheik renovou suas juras de amor aos corintianos e pediu desculpas àqueles que ficaram ofendidos com sua postagem.

Não bastasse ter voltado atrás no posicionamento contra a homofobia, louvado por militantes gays e outros setores progressistas, Emerson ainda se viu em uma saia justa. Um comunicado da Gaviões da Fiel apresentou uma suposta declaração do atacante em que ele se justifica dizendo não ser “são-paulino”.

O suposto preconceito do atacante corintiano incomodou aqueles que o defenderam e o reflexo nas redes sociais foi imediato. Emerson não confirmou a declaração, mas um eventual desmentido o deixaria em maus lençóis com os corintianos organizados, já que além da Gaviões, a Camisa 12 adotou uma postura homofóbica na questão.

Apesar do pedido de “desculpas” ter sido aceito pelos detratores, Emerson ainda deve encontrar alguma resistência nessa parcela da torcida nos próximos jogos, até por estar em má fase dentro de campo. Sua situação dentro do Corinthians, como um todo, também foi abalada.

Quando a polêmica surgiu, o diretor de futebol, Roberto de Andrade, deixou claro que o clube não defenderia o jogador, que teria de lidar com a situação criada. Na última sexta, o Corinthians aceitou abrir as portas do CT Joaquim Grava para a reunião com a Gaviões. Para completar, se recusou a comentar o encontro, deixando a cargo de Emerson confirmar, ou não, a declaração veiculada no site da organizada.

Esportivamente, a situação de Emerson também não é boa. Não bastasse a ida para o banco de reservas, o atacante ainda foi expulso e levou uma dura pública de Tite a respeito da indisciplina recente. “[Se resolve a polêmica] de forma direta com o atleta e com o grupo, às vezes não falando para vocês. Gostaria de falar para o torcedor porque ele merece, mas não vou externar. Agora, o torcedor pode ter certeza que aqui ninguém passa a mão por cima de erros por situações disciplinares”, disse o treinador.