Palhinha critica base do São Paulo e treina alunos do Corinthians nos EUA
Palhinha participou da fase áurea do São Paulo, conquistando o Mundial Interclubes de 1992 e 1993. Ídolo tricolor, o ex-jogador agora comanda escolinha do Corinthians nos Estados Unidos. Em entrevista ao UOL Esporte, Palhinha considera o São Paulo com o maior potencial para revelar craques no país, mas critica o modo como os jovens são desenvolvidos em Cotia.
Para Palhinha, o São Paulo se preocupa demais na formação humana (com estudos e cursos extracurriculares) e deixa em segundo plano os fundamentos básicos para lapidar um jogador.
“De que adianta o garoto no São Paulo ficar forte, inteligente, mas ser burro em campo? É isso o que acontece. Eu não culpo técnicos da base, mas sim quem comanda. Eu tiraria todo mundo da base do São Paulo”
O São Paulo oferece diversos serviços e atrativos aos jovens. O clube custeia faculdade, curso de inglês, moradia, transporte, alimentação, aulas de surf e até visitas a orquestras.
“Sai garoto forte de Cotia, mas que não aprende nada de bola. É muito pouco ter tido só o Lucas com aquela estrutura excelente”, criticou Palhinha.
Autor de um dos gols na vitória do São Paulo por 3 a 2 contra o Milan, na final do Mundial de 93, o ex-jogador cita Romarinho como exemplo de erro cometido pelo departamento amador tricolor.
O atacante do Corinthians deixou a base do clube do Morumbi após indisciplina e notas baixas.
“Vai tirar um menino com potencial por nota baixa? Quantos advogados, médicos ou engenheiros foram grandes jogadores? Só o Sócrates e mais uns três”.
Ídolo tricolor treina alunos corintianos nos EUA
O Santos tem muito menos estrutura que o São Paulo e revela muito mais. Ter estrutura é um diferencial. Mas não adianta ter bola, campo e academia boa se não for aproveitado corretamente
Cerca de 200 alunos, de 6 a 23 anos, integram a franquia Corinthians Soccer Academy, que tem Palhinha como um dos funcionários.
Dois alunos norte-americanos estiveram no Brasil no início do ano, mas foram reprovados nas peneiras do Corinthians. Outro garoto foi avaliado nas categorias de base da seleção dos EUA.
Palhinha ressalta que a ligação sentimental com o São Paulo não interfere no trabalho desenvolvido na escolinha alvinegra.
“Eu sou profissional. Fiz minha história no São Paulo, assim como tive grandes momentos no Cruzeiro, Grêmio, América-MG. Mas hoje eu sou Corinthians”.
Morando nos EUA há dois anos, Palhinha se diz adaptado, apesar de não dominar a língua local. Ele conta que não pensa em retornar ao Brasil.
“Eu estou com 45 anos e não tenho mais tempo a perder. Estou muito bem aqui, tranquilo, e não tenho muita saudade, não”, declarou Palhinha.
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