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Botafogo dribla crise financeira e Engenhão interditado por 2013 em alta

Oswaldo de Oliveira recebeu elogios da diretoria por conduzir bem jogadores durante crises enfrentadas - Satiro Sodre/AGIF
Oswaldo de Oliveira recebeu elogios da diretoria por conduzir bem jogadores durante crises enfrentadas Imagem: Satiro Sodre/AGIF

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/09/2013 06h07

A derrota sofrida para o Atlético-PR, na 16ª rodada do Brasileiro, é algo raro para o Botafogo na atual temporada - foi apenas o quinto revés do time em nove meses. Até o momento, o Alvinegro conquistou o título do Carioca e está nas quartas de final da Copa do Brasil, além de ocupar a quarta colocação do nacional. Mas o caminho para se manter em alta no ano não foi fácil, já que alguns problemas tiveram que ser resolvidos ao longo do percurso. Nesta quinta, o clube de General Severiano medirá forças com o Coritiba, às 19h30, no Maracanã.

A principal questão é a crise financeira. Desde o início do ano, os atletas estão com salários atrasados. Por conta disso, eles decidiram não se concentrar em jogos no Rio de Janeiro durante o Carioca, o que não interferiu nos resultados em campo. O maior baque, no entanto, ocorreu com a interdição do Engenhão. Além disso, teve que mandar alguns de seus jogos em Volta Redonda, já que o Maracanã só foi inaugurado em julho. Sem seu estádio, o Botafogo perdeu receitas importantes, o que agravou ainda mais seus problemas com dinheiro.

Isso motivou a diretoria a realizar um desmanche na equipe, vendendo cinco atletas neste meio de temporada. O dinheiro das negociações seria importante para quitar os salários atrasados. Porém, as penhoras se mostraram cruéis com o Botafogo, que até hoje não recebeu a verba das negociações de Fellype Gabriel e Andrezinho, por exemplo. O UOL Esporte listou abaixo os cinco principais problemas enfrentados pelo Alvinegro na temporada.

SALÁRIOS ATRASADOS ATORMENTAM BOTAFOGO DESDE O INÍCIO DO ANO

  • Os salários atrasados não eram uma realidade no Bota nos últimos anos, mas em 2013 o problema se tornou presente. A folha salarial da equipe girava em torno de R$ 3,5 milhões, mas a diretoria encontrava dificuldades para quitar e reduziu para cerca de R$ 3 milhões. O Alvinegro praticamente quitou sua dívida com os atletas, embora ainda falte um mês de direito de imagem a alguns.

ATLETAS VETAM CONCENTRAÇÕES POR SALÁRIOS EM DIA E LEVAM CARIOCA

  • Os frequentes salários atrasados irritaram os jogadores do Botafogo, que decidiram não se concentrar em jogos no Rio. A medida gerou alguma apreensão, mas os resultados dentro de campo continuavam a ocorrer. Mais que isso, o Alvinegro faturou o Carioca de forma incontestável. Assim, mesmo com os vencimentos praticamente em dia, a reclusão nos jogos em casa segue suspenso.

BOTA SOFRE COM ENGENHÃO INTERDITADO E AGRAVA CRISE FINANCEIRA

  • A Prefeitura do Rio interditou o Engenhão por problemas em sua cobertura no dia 26 de março. A decisão agravou ainda mais a crise financeira vivida pelo Botafogo. Sem seu estádio, o clube perdeu receitas importantes em meio a delicada situação sobre salários atrasados. A arena deverá ser reinaugurada para o início do Brasileiro de 2014, mas o Alvinegro tentará de todas as formas antecipar essa projeção.

CRISE FINANCEIRA LEVA BOTA A PROMOVER DESMANCHE EM ELENCO

  • A pressão para colocar os salários do jogadores em dia levou o Botafogo a tomar medidas extremas e que estavam fora do planejamento. Somente na janela de meio de ano, a diretoria negociou Jadson, Fellype Gabriel, Andrezinho, Vitinho (foto) e Henrique. Márcio Azevedo já havia saído em fevereiro. A medida só ocorreu porque o clube precisava reduzir sua folha para ter menos dificuldade em pagá-la.

PENHORA IMPEDE BOTAFOGO DE RECEBER R$ 8 MILHÕES APÓS VENDAS

  • As penhoras têm atormentado o Botafogo. Além da Receita Federal, que fica com parte da verba do clube das cotas de televisão, o Alvinegro sofre também com a Justiça do Trabalho. Nesta terça, o clube de General Severiano comemorou o retorno ao Ato Trabalhista e limitou seu sofrimento. Agora, terá que gastar apenas 20% do lucro, já que quitará sua dívida de acordo com uma fila de credores.

BOTAFOGO ENCARA CORITIBA SEM JEFFERSON E LODEIRO NO MARACANÃ