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Simplício lembra briga com Diego e diz não ser mais são-paulino como antes

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

30/10/2013 06h00

Foram dez anos de São Paulo, desde o início nas categorias de base até atuar como profissional. Fábio Simplício passou a ser muito admirado pela torcida e criou identificação depois de peitar o então santista Diego, em 2002, quando este comemorou um gol em cima do símbolo do time tricolor no Morumbi.

Hoje no Cerezo Osaka, do Japão, o jogador diz que é eternamente grato ao time do Morumbi pelas oportunidades e que torce pelo time. Mas afirma que a paixão já não é como antes.

Simplício lembra que teve uma saída conturbada quando não queria deixar a equipe, em 2004, mas decidiram vendê-lo para o Parma. “Eu gosto muito do São Paulo, mas não sou aquele são-paulino. Já fui mais (torcedor), já gostei muito do clube”, falou.

“Hoje não tenho mais aquela paixão que eu tinha, torço somente para a nossa seleção brasileira e esqueço um pouco esta parte de clube. Você chega a certo ponto da vida que essa paixão não existe mais, principalmente porque vivi muito fora e também pela forma de como eu saí na época, que quando chega um treinador novo, tem situação com dirigente, então isso ajudou eu esquecer rapidamente esse período no São Paulo.”

O volante deixou o time por não acertar uma questão contratual e não fazer parte dos planos do então técnico da equipe, Cuca. “Eu não pretendia sair do São Paulo, mas futebol tem isso. Quando não se chega a um acordo e o treinador prefere outro, se procura outro lugar.”

Simplício disse que a identificação era bem maior em 2002, quando foi tirar Diego do símbolo do São Paulo em um jogo do Campeonato Brasileiro. Apesar disso, diz que fez as pazes com o ex-santista tempos depois.

“Aquilo foi coisa de momento, de nervosismo, de cabeça quente. Como eu fui criado ali dentro, tinha identificação, paixão pelo São Paulo. Eu achei falta de respeito porque não era o lugar certo de se comemorar, até porque a torcida do Santos estava do outro lado, mas foi coisa de momento. Depois estivemos  em programas de TV juntos, passou”, disse.

Simplício chegou a dizer certa vez que era corintiano em sua infância por ser fã do ex-jogador Viola. Hoje, se limita a dizer que ainda o tem como fã e diz ter outro clube. "Gosto do Viola e até hoje mantenho o corte de cabelo igual, mas eu gosto do Flamengo."


O volante conta que até fez uma brincadeira com Diego quando eles duelaram em um jogo do Campeonato Italiano. “Depois, nos encontramos na Itália. Ele jogava pela Juventus, e eu pelo Palermo. Tive que marcá-lo e então disse: ´Sinto muito hoje vou marcar você e tenho  que dar uma chegada´. Mas correu tudo tranquilo sem nenhum problema, o Palermo ganhou por 2x0 e eu fiz um gol, foi um dia muito feliz pra mim.”

Simplício está há um ano no Japão depois de ficar oito anos no futebol italiano. Aos 34 anos, não descarta voltar ao Brasil, apesar de preferir ficar no exterior.

“Aqui no Cerezo Osaka é meu ultimo ano e até agora não conversaram comigo se vão renovar ou não. Está acabando o ano, o time está brigando pelo título, agora a experiência está sendo muito boa aqui, é completamente diferente que eu vivi assim nesses anos no futebol por causa da correria um pouco alucinante, mas eu estou feliz, estou tranquilo e esperando a definição. Se tiver coisa boa eu volto (pro Brasil), mas eu prefiro ficar por aqui”, finalizou.