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Desiludido, Giovanni evita se envolver com futebol e não fala com Ganso

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/11/2013 06h03

Os 20 anos de carreira como jogador foram suficientes para Giovanni, apelidado de “Messias” pela torcida do Santos. O ex-jogador, de 41 anos, evita qualquer contato com os bastidores do futebol – seja como treinador, empresário ou até mesmo observador de talentos em sua terra natal, o Pará. O ídolo santista investiu em negócios fora da modalidade após a aposentadoria e, desiludido com o trabalho dos agentes do esporte, não quer contato com o mundo da bola. Usa apenas os sábados para jogar peladas com os amigos em Belém.

A participação no início da carreira de Paulo Henrique Ganso, agora camisa 8 do São Paulo, causou sequelas para Giovanni. Apesar de não se alongar sobre o afastamento do jogador, o ex-meia diz que não há mais relação entre as partes. “O que vejo é que Ganso está bem, se recuperando. Mas não tenho contato com ele, não falo mais com ele”, disse Giovanni em entrevista ao UOL Esporte.

Estrela no vice-campeonato brasileiro de 1995, Giovanni foi o responsável pela descoberta de Ganso no Pará e o levou para fazer testes no clube santista. Após ganhar destaque na base, o agora jogador são-paulino passou a ter a carreira gerenciada pelo grupo DIS e se distanciou de Giovanni. Eles jogaram juntos no Santos durante a temporada de 2010.

É justamente a atuação dos empresários no futebol que faz o ex-jogador querer distância do meio. Desiludido, ele não acredita que investir no esporte seja um caminho interessante, apesar de ter vivido nesse meio durante a vida inteira.

“O futebol é dos empresários hoje em dia. Não quero gastar tempo e dinheiro com isso, sabendo que mais tarde eu não terei aquele atleta que investi. Tem muitas empresas que já pegam o jogador nos juniores, sabendo que ele vai vingar. Eles assediam muito, usando a parte financeira. Já vi experiências desse tipo com amigos e não quero entrar nesse ramo”, assegura Giovanni.

Um novo “empurrão” para algum conterrâneo conseguir brilhar em um grande clube do país está descartado. O máximo que Giovanni admite fazer é enviar vídeos de garotos para agentes que são amigos. “Ajudo quando alguém me procura. Se tiver algum DVD, mando para empresários conhecidos. Se ele gostar e mandar o atleta para clubes, tudo bem. Não pego nenhum tipo de compromisso com isso. Quero me manter longe”, reforça.

O foco do ex-meia de Santos, Barcelona e Olympiakos está em seus investimentos fora do futebol em Belém. Giovanni tem uma escola e uma clínica de fisioterapia no Pará. “Invisto no setor educacional. Tenho uma escola no Pará, que atende desde o maternal até o ensino médio. Também tenho uma clínica de fisioterapia, junto com os meus familiares”, explica.

Afastado do futebol, Giovanni se diz realizado com as peladas que joga com os amigos aos sábados e as partidas de futevôlei que costuma participar quando convidado. Aposentado do futebol, ele aproveita o dia a dia com a família e gerencia os negócios na capital do Pará. “A minha vida está como imaginava há 20 anos. Tenho dois filhos, um de sete e outro de oito. Curto muito ser pai, dedico muito tempo a isso”, completa.