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Redução na folha de pagamento ameaça 'medalhões' pouco utilizados no Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

03/12/2013 06h00

O orçamento do Grêmio para a próxima temporada ainda não está definido. Porém, é certo que uma redução na folha de pagamentos precisará ocorrer. Com déficit de R$ 90 milhões em 2013, o clube já aprovou suplementação orçamentária para não começar o ano devendo, e terá que se adaptar à nova realidade. Com isso, 'medalhões' cujos salários encabeçam a lista dos mais altos do clube têm futuro incerto.

O primeiro caso já está resolvido. Fábio Aurélio, com vencimentos em torno de R$ 250 mil mensais, vê seu vínculo com o clube se encerrar no fim deste mês. O jogador não recebeu propostas enquanto esteve afastado e até a sequência como profissional não está garantida. Aos 35 anos ele pode se aposentar.

Mas no grupo ainda há jogadores com salários altos que podem ser negociados. Elano, contratado em julho do ano passado, foi um dos destaques da temporada 2012, mas neste ano acabou na reserva. É utilizado eventualmente mas considerado caro para ser suplente. Sua saída é uma possibilidade, não pelo rendimento, que não é ruim, mas pela necessidade de enxugar os custos do clube.

Outro caso parecido é o de Zé Roberto. O camisa 10 era capitão do time no início do ano, virou reserva com a chegada de Renato Gaúcho, e na reta final da temporada retomou protagonismo. Seu contrato se renova automaticamente com a vaga conquistada para próxima Libertadores, mas há a chance dele deixar o clube em acordo com a direção. Com 39 anos, ele é pretendido no São Paulo.

Ainda mais que para a armação de jogadas, a ideia do Grêmio é aproveitar Maxi Rodríguez. O uruguaio foi destaque quando entrou nos jogos derradeiros de 2013 e é preparado para assumir posto mais importante no ano que vem. A comissão técnica ainda acredita muito em Jean Deretti, que não conseguiu se firmar por uma série de lesões nesta temporada. Manter dois jogadores como Elano e Zé Roberto frearia o crescimento dos mais jovens.

No ataque, Marcelo Moreno volta de período emprestado ao Flamengo e pode ser usado. Porém, Kleber e Barcos seguem no grupo. O trio somado gera custo superior a R$ 1 milhão por mês. No entanto, a saída de Vargas - que volta ao Napoli - alivia o 'preço' mensal do ataque. Até porque os demais jogadores para a linha de frente são jovens vindos da base cujos salários não pesam na folha.

Para se estabilizar financeiramente o Grêmio deve, também, vender um jogador. Os mais cotados no momento são Alex Telles e Bressan. Ambos recebem repetidas sondagens de clubes europeus e uma negociação ajudaria na possibilidade de chegada de reforços.

A redução salarial coletiva no Grêmio pode esbarrar até em Renato Gaúcho. Os vencimentos do técnico também são considerados altos e uma renovação obrigaria valorização pelo objetivo alcançado com a conquista da vaga para próxima Libertadores. Portanto terá que ser avaliado se vale ou não investimento.

O Conselho Deliberativo do clube se reúne na noite desta quarta-feira. Com portas fechadas, os representantes da torcida conhecerão as novas cláusulas de parceria com a OAS na gestão da Arena, que terão influência direta no orçamento do clube. E somente aí terão certeza do tamanho dos cortes necessários para manter o Tricolor no ano que vem.