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Ex-goleiro do Raja critica 'apito amigo' corintiano em 2000 e teme pressão

Fabio Luciano, do Corinthians, tenta superar o goleiro Chadili no duelo contra o Raja Casablanca - Juca Varella/Folha Imagem
Fabio Luciano, do Corinthians, tenta superar o goleiro Chadili no duelo contra o Raja Casablanca Imagem: Juca Varella/Folha Imagem

Luiza Oliveira

Do UOL, em Marrakech (MAR)

16/12/2013 06h02

Mustapha Chadilié mais um entre os milhares que estão eufóricos com a classificação do Raja Casablanca para a semifinal do Mundial de Clubes. Ele não é torcedor, nem jogador. Mas o feito inédito tem sabor especial para o preparador de goleiros do time marroquino que enfrentará o Atlético-MG em busca de uma sonhada vaga na final.

A história não é inédita para ele. Mais uma vez, terá pela frente uma equipe brasileira e alvinegra em um Mundial de Clubes. Quase uma sina. Chadili era o goleiro do Raja Casablanca que jogou contra o Corinthians no Mundial de 2000, no Brasil.

As lembranças não são as melhores. O arqueiro protagonizou um lance que ficou marcado como ‘apito amigo’ para os corintianos. O árbitro italiano Stefano Braschi validou um gol para os brasileiros sem a bola ter cruzado a linha. “Eu me senti injustiçado, claro”, disse.

Quase 14 anos depois, ele diz que já superou o acontecido e que o episódio faz parte do passado. “Eu realmente esqueci aquilo, todos sabemos que é parte do futebol”.

O gol aconteceu aos 20 minutos do segundo tempo quando Marcelinho Carioca bateu falta pela direita, e Fabio Luciano cabeceou. Chadili fez ótima defesa, mas Fabio, de novo, aproveitou o rebota e chutou para o gol. A bola acertou o travessão, bateu na linha e saiu. O juiz validou o gol, apesar de o bandeira não ter corrido para o meio de campo. Inconformado, Chadili e seus companheiros partiram para cima do árbitro e ele acabou levando um cartão amarelo.

As más lembranças não se restringem ao jogo contra o Corinthians. O Raja Casablanca terminou aquele torneio com três derrotas em três jogos para o Timão por 2 a 0, para o Al Nasser por 4 a 3 e para o Real Madrid por 3 a 2.

Quase 14 anos depois, Chadili participa de um novo Mundial e tem a chance de ajudar o Raja a se tonar o segundo time africano na final, depois do Mazembe, em 2010.  Para ele é um momento novo. “É uma experiência diferente, você vai ver por um outro ângulo”.

As mudanças já começam pelo palco da competição. “Está acontecendo aqui no Marrocos, em frente ao nosso público incrível e isso muda tudo. É fabuloso estar cercado pelo nosso público, de frente para o nosso público extraordinário que torce por nós independentemente do que aconteça. Além disso, o Mundial de Clubes se desenvolveu muito desde 2000, para melhor”.

Apesar das vantagens, Chadili também aponta as desvantagens de atuar em seu próprio país. “Também é uma grande pressão jogar em casa, as pessoas têm grandes expectativas que temos que corresponder”, disse.