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Grêmio faz time 30% mais barato e ganha 'folga' para investida final

Rui Costa (e) Enderson Moreira (c) e Marcos Chitolina (d) conseguem equalizar o Grêmio - Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA
Rui Costa (e) Enderson Moreira (c) e Marcos Chitolina (d) conseguem equalizar o Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Divulgação/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Bento Gonçalves (RS)

22/01/2014 06h00

O principal problema do Grêmio foi sanado. Desde o fim do ano passado, a admitida crise financeira atrapalhava negociações e a formação do grupo gremista. Porém, com muito trabalho da direção, o clube se aproxima de superar o objetivo proposto. A queda na folha pode superar os 30% e dá 'folga' para investida em um último reforço.

A marca de 30% a menos de gastos que no ano passado havia sido estipulada pelo diretor executivo de futebol Rui Costa. Porém, após saídas de alguns jogadores, a expectativa foi superada. Não se trata de um time com menos valor, mas sim de um elenco que custa menos aos cofres do clube.

"Estamos trabalhando. Nossa meta era esta e estamos muito perto disso. Ainda não podemos deixar como situação fechada pois pode chegar alguma contratação. Mas é bem possível que consigamos superar esta marca", disse ao UOL Esporte durante o treinamento do time tricolor na terça-feira.

As principais baixas na folha de pagamento vieram de saídas de jogadores pouco aproveitados e que custava muito ao clube. Elano foi para o Flamengo e 50% de seu salário saiu da folha gremista, Dida não renovou seu contrato, Fábio Aurélio também não, Zé Roberto está prestes a aceitar uma redução em seus vencimentos e Marcelo Moreno foi para o Cruzeiro. Só nestes casos, mais de R$ 1 milhão por mês deixa de ser gasto.

Além disso, havia outros dois jogadores que o Grêmio mantinha parte de pagamentos no ano passado: Cris (no Vasco) e Welliton (no São Paulo). Mas ambos os vínculos encerrados também aliviaram ainda mais a folha gremista. Além de gastos menores que também foram cortados com contratos encerrados, casos de Maylson, Denner e Willian Magrão, por exemplo. No mesmo molde, Bruno Collaço terá contrato encerrando nos próximos meses e também sai da folha gremista. Roberson foi emprestado até o fim de seu contrato e Bergson foi repassado para a Chapecoense sem mais custos ao clube.

Outro ponto que pesou na redução de gastos gremista foi a mudança na comissão técnica. Renato Gaúcho custava mais caro que Enderson Moreira. Mesmo que o preparador físico anterior, Alexandre Mendes, tivesse relação inversa ao atual, Fábio Mahseredjian.

Para atingir a meta de baixar a folha em 30%, a redução chegou aos R$ 1,8 milhões. Com esta sobra no cálculo mensal, o clube gaúcho pode gastar um pouco mais no jogador esperado para fechar o elenco: um atacante de velocidade. Mesmo assim o discurso prega cautela e não prevê 'loucuras' na contratação do último reforço.

Até agora, as chegadas pouco inflacionaram a folha. Edinho, o mais caro entre os contratados, não chega nem perto de ser um dos mais altos salários do clube. Geromel e Ruiz estão, da mesma forma, atrás da média salarial gremista.

Além disso, o Grêmio também cortou profissionais fora de campo. O médico Alarico Endres, o assessor de imprensa Vitor Rodriguez, o CEO Felipe Hermann, o fisioterapeuta Nilton Petrone, todos foram desligados do clube. Além do auxiliar técnico Roger, que solicitou sua demissão.

Assim, o Grêmio conseguiu equalizar suas finanças e pagou todas as dívidas com funcionários e jogadores, reclamadas no fim do ano passado. Renovado, o clube gaúcho espera agora colher em campo a readequação que fez fora dele.