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Saiba como é ser venerado por Zidane e ver o filho do craque ter seu nome

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

21/03/2014 06h00

Campeão mundial, dono de uma classe ímpar e um dos maiores ídolos da história do futebol. Autor de golaços, passes açucarados, técnica e muita precisão...sobram adjetivos. Quem não queria jogar como Zinedine Zidane? Só que o francês também tem seu lado “humano” como jogador e tem um ídolo que despertou paixão desde quando era jovem.

E o homem que inspirou o ex-melhor do mundo e o fazia pagar para vê-lo não é tão conhecido do público brasileiro. Trata-se do uruguaio Enzo Francescoli, que jogou aproximadamente 15 anos em sua seleção, mas em tempos de vacas magras, nas décadas de 80 e 90.

Não teve uma carreira tão brilhante na Europa quando apenas três jogadores estrangeiros poderiam atuar nos clubes locais. Atuou por algumas equipes sem grandes aspirações em seus países, como Torino (Itália), Cagliari (Itália) e Racing (França). Passou um ano no Olympique de Marselha, uma potência na época. Foi lá que ganhou um Campeonato Francês, viveu seu melhor momento no Velho Continente e encantou Zizou.

“Eu ia no estádio para vê-lo jogar. Ele ficava no campo e eu do lado de fora. Quem dera eu conseguisse falar com ele, porque para era mim era...Eu tentava copiar tudo dele. Tudo, tudo que ele fazia eu queria fazer”, afirmou Zidane em entrevista à Fox Sports há alguns anos atrás.

Mas a idolatria pelo uruguaio não ficou apenas na cópia de estilo e foi muito mais além. Há 19 anos atrás, o francês decidiu homenagear seu grande ídolo ao dar seu nome ao filho que acabara de nascer.

Pouco depois, em 1996,  Zidane teve que se deparar em campo com seu ídolo pela primeira e única vez. Foi na final do Mundial Interclubes, entre Juventus e River Plate, vencida por 1 a 0 pelo time italiano. Ter que jogar contra quem lhe inspirou foi duro para o francês. Mas pelo menos usou o duelo para agradar Enzo. “Ele me deu sua camisa para meu filho. E ele (Enzo, com pouco mais de um ano) dormiu com a sua camisa”, lembra Zidane.

  • Zidane e Francescoli durante um encontro no Uruguai

Hoje o filho do francês atua nas categorias de base do Real Madrid, time onde o pai trabalha como auxiliar do técnico Carlo Ancelotti. Já Francescoli hoje trabalha como dirigente do River Plate, time onde criou maior identificação e ganhou a Libertadores de 1996.

O uruguaio diz se sentir orgulhoso e admite que é difícil de explicar a sensação de ser o ídolo de Zidane e ser citado tantas vezes por ele como inspiração. Fica às vezes sem entender a idolatria.

“Para mim é um orgulho isso, já que o Zidane é um personagem muito importante do futebol. Ele é um ídolo pra mim. É difícil explicar em palavras...fico agradecido por ele citar meu nome tantas vezes”, falou em entrevista ao UOL Esporte.

“Ele sempre foi muito simples e simpático comigo e é um cara que jogou muito bem. Criamos até uma certa amizade, apesar da distância, já que ele vive na Espanha, e eu moro na Argentina. Mas temos bastante coisa em comum”, continuou.

Francescoli e Zidane se encontraram duas vezes depois da final do Mundial Interclubes de 2006, uma em visita do francês ao Uruguai, e outra em ida do uruguaio até Madri para conhecer o garoto que leva seu nome.

“Já vi ele (Enzo) jogar. É um bom jogador, muito novo. E está dando seu primeiro passo. Agora é só difícil de falar se será melhor do que o pai”, colocou.

  • Enzo Zidane, filho do francês, em jogo do time de base do Real Madrid