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C. Alberto teve ápice da carreira há dez anos. Queda foi grande desde então

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/05/2014 06h07

No dia 26 de maio de 2004, Carlos Alberto teve o ápice de sua carreira ao marcar o primeiro gol do Porto sobre o Mônaco na final da Liga dos Campeões. Personagem decisivo na conquista dos portugueses, o apoiador brasileiro não conseguiu confirmar o que se esperava e acumula frustrações desde então. Prova disso é que, mesmo com 29 anos, ele está muito longe da realidade de Real Madrid e Atlético de Madrid, que decidem o maior campeonato de clubes da Europa neste sábado, em Lisboa.

Em sua volta ao Brasil, no Corinthians, em 2005, ele até foi importante para o título do Brasileirão, mas sem mostrar o mesmo futebol. Em meio à polêmica com o então técnico Emerson Leão, o jogador perdeu espaço e foi emprestado para o Fluminense. No Tricolor ele viveu um dos seus últimos brilhos ao faturar a Copa do Brasil, em 2007.

A passagem pelo Botafogo foi destacada, mas nada que chamasse tanta atenção como a do Vasco, em 2009. Ele foi um dos líderes da equipe que tirou o Gigante da Colina da segunda divisão. Após deixar o Cruzmaltino, no entanto, ele teve passagens sem brilho por Grêmio, Bahia, novamente Vasco e Goiás.

“O que passou, passou. Falar em cima de coisas que já aconteceram é fácil. Sobre o futuro, não posso dizer, pois não tenho esse dom. Falo do presente e estou muito motivado em jogar no Botafogo”, disse Carlos Alberto em coletiva de imprensa.

“A realidade é que estou feliz e contente de poder jogar. Fui recebido e estou sendo tratado da melhor maneira possível. Estou muito comprometido com o Botafogo. Quando você está feliz, a chance de colaborar é enorme. Respeito todo mundo e quero muito jogar, pois cheguei para dar o meu melhor”, afirmou o camisa 19.

Carlos Alberto estreou pelo Botafogo na última quarta-feira, quando o time foi derrotado por 2 a 1 para o Grêmio, em Caxias do Sul. Quem esperava um jogador fora de forma e sem brilho, como ocorreu nas últimas temporada, se surpreendeu. O apoiador mostrou toda sua categoria e foi um dos destaques do Fogão, realizando, inclusive, a jogada do gol, marcado por Zeballos.

“Estou mais velho, mais feliz, pois aconteceram coisas positivas na minha vida. Virei pai de duas crianças maravilhosas. Tenho mais amigos aqui hoje em dia [em relação a 2008]. Isso tudo está num contexto que me dá margem de acerto maior. Sem a cabeça boa, não tem como trabalhar, se concentrar no que deve fazer. Estou muito feliz. Grupo é muito amigo, mas nos cobramos muito. Vou errar e acertar, mas isso tudo é normal”, comentou.

“Eu sou otimista. Não adianta falar que a previsão é ruim. Ou você se tranca no quarto ou mata no peito e sai jogando. A vida só é dura para quem é mole. Nunca fui mole e tento passar isso para quem está ao meu lado. Tenho personalidade forte, não tremo. Vou fazer meu melhor”, finalizou.

O aperitivo foi bom, mas a torcida do Botafogo espera muito mais de Carlos Alberto.