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Doni recusa convite do Corinthians e sofre com aposentadoria precoce

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

01/10/2014 06h00

Doni afirma estar em sua "segunda vida". Ele teve parada cardíaca em 2013 durante exames no Liverpool e sobreviveu graças à intervenção médica imediata. A vida continuou, mas o futebol, não. Então aos 32 anos, ele foi aconselhado pelos médicos do clube inglês a não exercer mais a profissão.

Chateado, Doni se aposentou no segundo semestre de 2013. Ao UOL Esporte, o ex-goleiro conta que não assiste mais jogos de futebol. Ele se afastou totalmente do futebol profissional.

O ex-goleiro recusa inclusive convites para eventos de seus ex-clubes, entre os quais o Corinthians.

"Eu não assisto mais jogos porque só de ver já dá saudade. Meus amigos ligam e tentam me ajudar. Com calma eu vou voltar a ver jogos. Mas é muito difícil. Prefiro ficar isolado para não ficar pensando", disse.

Sua ligação com a bola se resume ao gerenciamento de um complexo esportivo em Ribeirão Preto (DoniSoccer). Lá funciona escolinha de futebol da Roma/ITA voltada a jovens de 5 a 15 anos. Doni defendeu o clube italiano por quase três temporadas.

Doni traçava carreira longa na Inglaterra quando recebeu o alerta médico. Em 2010, ele integrou a seleção brasileira na Copa do Mundo. Pelo Corinthians, havia conquistado títulos estaduais e Copa do Brasil.

Após o aviso do Liverpool de que sua carreira profissional estava comprometida, Doni até tentou voltar ao futebol. Ele acertou com o Botafogo de Ribeirão Preto, clube em que foi revelado, mas não jogou por ordem médica.

O longo tempo inativo e o uso de medicações fizeram o goleiro ganhar peso. E se ele quisesse voltar a jogar profissionalmente, necessitaria de um grande esforço físico, o que poderia sobrecarregar o coração.

"Isso mexeu muito comigo num momento em que eu não esperava. Eu estava cheio de expectativa de jogar por mais um tempo. Com certeza daria para eu atuar por mais uns 5 anos na Inglaterra, porque lá os goleiros chegam até os 40 de idade. Ter que parar foi muito difícil", ressaltou.