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Dunga reformula Brasil pós-Copa, mas enfrentará Japão ainda mais renovado

Guilherme Costa

Do UOL, em Cingapura

14/10/2014 01h30

Antes do jogo contra a Argentina, no último sábado (11), em Pequim, jogadores e membros da comissão técnica da seleção brasileira usaram a diferença de escalação para avaliar a diferença entre as duas equipes – o time comandado por Dunga havia trocado muitos nomes na escalação depois da Copa de 2014, e os atuais vice-campeões mundiais mantiveram a base. Nesta terça-feira (14), em Cingapura, esse argumento será inviável. Afinal, o adversário será um Japão ainda mais reformulado.

Eliminado ainda na fase de grupos da Copa de 2014, o Japão mudou de treinador depois do torneio. O italiano Alberto Zaccheroni deu lugar ao mexicano Javier Aguirre, que terá contra o Brasil apenas três titulares remanescentes da última partida do Mundial.

Os “sobreviventes” da seleção japonesa são o lateral esquerdo Nagatomo, o armador Honda e o atacante Okazaki. A lista ainda teria o meia Kagawa, mas ele sofreu uma concussão cerebral no último amistoso (vitória por 1 a 0 sobre a Jamaica) e foi cortado da delegação.

Honda, o capitão, tem sido o jogador mais badalado do Japão em Cingapura. Segundo o site “Asia One”, ele foi o único a ter seu nome gritado quando a seleção desembarcou no país para o amistoso contra o Brasil – os japoneses foram recebidos por cerca de 200 fãs.

O Japão venceu apenas um jogo depois da Copa do Mundo (1 a 0 sobre a Jamaica, com um gol contra de Nosworthy). Nas outras partidas, acumulou um empate por 2 a 2 com a Venezuela e uma derrota por 2 a 0 para o Uruguai.

O Brasil também teve participação frustrante na Copa – a despeito de ter chegado às semifinais, o time da casa foi eliminado com derrota acachapante por 7 a 1 para a Alemanha. Por isso, Dunga substituiu Luiz Felipe Scolari e renovou o time. Da base titular do Mundial, apenas quatro permanecem (David Luiz, Luiz Gustavo, Oscar e Neymar).

Ramires podia ser o quinto da lista, mas sofreu uma lesão e foi cortado antes dos amistosos contra Argentina e Japão. Nesta terça-feira (14), ao contrário, o grupo dos remanescentes da Copa pode minguar mais um pouco. David Luiz sentiu dores musculares na última partida, não treinou na segunda-feira (13) e é dúvida.

A contundência das renovações de Japão e Brasil também fica clara numa comparação entre o amistoso desta terça-feira (14) e o último duelo entre as duas seleções. As equipes se enfrentaram na abertura da Copa das Confederações de 2013, e os sul-americanos, jogando em casa, venceram por 3 a 0.

Daquele jogo, o Brasil conservou David Luiz, Luiz Gustavo, Oscar e Neymar para esta terça-feira (14). O Japão manteve Nagatomo, Okasaki e Honda, e Hosogai, que entrou decorrer da partida da Copa das Confederações, hoje é um dos volantes titulares.

“Já jogamos contra eles. Sabemos que é uma grande equipe, que toca bem a bola e marca. Eles têm uma movimentação muito rápida. Eles têm grandes jogadores”, elogiou o atacante Neymar.

Em dez jogos entre as duas seleções, o Brasil acumulou oito vitórias e dois empates. O 11º embate será realizado às 7h45 (de Brasília) desta terça-feira (14), no National Stadium, em Cingapura.