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Enderson elogia Fluminense, mas diz que não foi procurado e prioriza Santos

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

05/12/2014 12h47

O técnico Enderson Moreira elogiou o Fluminense e, inclusive, o atual elenco carioca, mas afirmou que não recebeu nenhuma proposta para voltar a trabalhar no Rio de Janeiro. O treinador alega que prioriza sua permanência no Santos, no entanto, não descartou a possibilidade de deixar o clube antes do fim de seu contrato, que termina em dezembro de 2015. Isso porque sua permanência na Vila Belmiro está condicionada ao processo eleitoral do clube (as eleições ocorrem neste sábado).

“Não fui procurado, não converso, tenho contrato com o clube, se eles (diretores do Santos) não desejarem a continuidade, ficamos abertos para o mercado. É um grande clube (Fluminense), com grandes jogadores, mas o meu foco agora é o Santos, onde estou pensando, tendo uma expectativa para que possamos dar continuidade e caminhar”, afirmou Enderson.

“Quero mostrar para o próximo presidente e gestores (do Santos) aquilo que observo e observei, esse é o caminho. Eu gostaria de ficar, estou adaptado a cidade, ao clube, tenho uma ideia muito fixa do que é necessária. Fiz várias observações no período e gostaria muito de montar o Santos de acordo com o que eu acho interessante. Não fico fazendo projeções, mas o quanto antes houver a definição, melhor”, completou.

Embora o discurso seja outro, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, já pensa em Enderson Moreira para substituir Cristóvão Borges na temporada de 2015. O atual treinador do Flu já demonstrou algumas vezes a vontade de continuar nas Laranjeiras, mas o mandatário do clube quer alguém com outro perfil, capaz de se adequar à nova realidade financeira, com a redução de investimentos da Unimed, e um aproveitamento maior dos jogadores revelados nas divisões de base.

Enderson já trabalhou com Peter Siemsen, em junho de 2011, quando ocupou o cargo deixado por Muricy Ramalho e ficou até a chegada de Abel Braga. Neste período, costumava sair dos treinos diretamente para a sala do presidente, com quem trocava ideias e debatia sobre o momento do time.

No ano passado, antes da contratação de Vanderlei Luxemburgo, o presidente tricolor também tentou a contratação de Enderson Moreira, recém-demitido do Grêmio, mas foi voto vencido e teve que se render à vontade de Celso Barros, presidente da Unimed e que arcou com o pagamento dos salários de Luxemburgo.

Com a redução de investimentos da patrocinadora, o clube não investirá um alto valor na contratação do treinador. Enderson recebe cerca de R$ 200 mil mensais atualmente no Santos, mesmo valor que é pago a Crisóvão nas Laranjeiras.

Questionamentos no Santos
Enderson Moreira, que chegou ao Santos com o perfil de utilizar os jogadores das categorias de base, tradição do clube paulista, tem um passado que coloca em xeque a sua fama. Isso porque o treinador já preteriu revelações do Goiás, onde se destacou para o futebol e, inclusive, foi cobrado pelo presidente da época, João Bosco Luz.

Apesar da pressão para escalar os vice-campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior do ano passado pelo Goiás, Enderson não deu sequência para os atletas que subiram ao profissional – casos do meia Liniker, do atacante Erik, dos laterais Mário Sérgio e Clayton Sales, e dos zagueiros Pedro Henrique e Felipe Macedo.

No Santos, Enderson lançou o lateral esquerdo Caju. Apesar de a jovem revelação ter subido ao profissional por Oswaldo de Oliveira, foi Enderson quem o escalou pela primeira vez. No entanto, o treinador termina o seu ano na Vila Belmiro com apenas dois "pratas da casa" como titulares – Gabriel Barbosa e Alison.

O primeiro, apesar de artilheiro do time na temporada, com 22 gols, foi vetado em diversos jogos para a entrada de Leandro Damião. Outros atletas promovidos por Oswaldo no primeiro semestre sumiram sob seu comando – casos de Stéfano Yuri, Diego Cardoso, Serginho, Zé Carlos, Jubal, Nailson, Paulo Ricardo, além de Emerson Palmieri e Pedro Castro, também revelados pelo clube e liberados por empréstimo para outros clubes.