Topo

Corinthians diz que agente de Dudu foi infeliz, mas não influencia Guerrero

Dassler Marques

Do UOL, em Fort Lauderdale (Estados Unidos)

11/01/2015 16h21

O fracasso na negociação com o atacante Dudu, 23, deflagrou uma crise de relacionamento entre o estafe do jogador e a cúpula do Corinthians. Os responsáveis pela carreira do atleta emitiram uma nota oficial neste domingo (11) para falar sobre o acerto com o Palmeiras e aproveitaram para criticar a diretoria da equipe alvinegra. Em resposta, Ronaldo Ximenes, diretor de futebol, disse que eles foram “infelizes”.

“Foi um caso infeliz, que não condiz com a nossa gestão da diretoria vitoriosa de 2012 até hoje. Recebo de forma completamente infeliz quando escreveram essa nota”, disse Ximenes em entrevista ao UOL Esporte.

Neste domingo, pouco depois de o Palmeiras ter anunciado acordo com Dudu, o estafe do jogador publicou nota com fortes críticas ao Corinthians: “Sobre o Sport Club Corinthians Paulista, que também negociou conosco para contar com Dudu, não há muito o que ser dito. Apenas desejamos ao clube, em nome de sua grandeza e tradição, que o dia 7 de fevereiro chegue depressa ante ao processo latente de apequenamento que se dá dia após dia. Aguardamos a entrada da nova diretoria para podermos voltar a sentar à mesa e lembrar que estamos lidando com um clube glorioso e centenário”. Dia 7 de fevereiro é a data da eleição presidencial da equipe alvinegra.

“O trabalho do [agente] Bruno Paiva foi bom. Tive boa relação com ele, que nos ajudou muito na transação entre Pato e Jadson. Não é porque não dá certo que temos de ficar tensos. O Corinthians tem 104 anos de história e não começa no dia 8 de fevereiro”, respondeu Ximenes.

O principal problema dessa troca de farpas é que o estafe de Dudu também cuida da carreira de Paolo Guerrero. Principal jogador do Corinthians na temporada passada, o peruano tem contrato até o meio deste ano e negocia uma renovação.

“Temos de saber separar as coisas. [O episódio Dudu] foi um caso esporádico, infeliz nas colocações, mas o clube tem de saber lidar com isso. Guerrero, inteligente como é, também precisa saber. Manteremos uma relação cordial e de respeito, e esperamos que ele [Bruno Paiva] respeite o Corinthians”, completou o diretor alvinegro.

Dudu começou a carreira no Atlético-GO, mas migrou para o Cruzeiro ainda como amador. Profissionalizou-se na equipe mineira e teve passagem por seleções brasileiras de base, e em 2011 foi negociado com o Dínamo de Kiev. Voltou ao Brasil no início de 2014, quando foi emprestado ao Grêmio.

Depois de uma temporada com 52 jogos e oito gols na equipe gaúcha, Dudu passou a ser um dos nomes mais assediados do mercado de transferências. O Corinthians chegou a um acordo com o estafe do jogador – bases salariais e luvas, por exemplo.

O problema é que o Corinthians não conseguiu um acordo com o Dínamo de Kiev. O clube brasileiro ofereceu 3 milhões de euros (R$ 9,5 milhões) por 60% dos direitos do atacante, com primeira parcela a ser paga em maio.

O Dínamo preferiu uma oferta feita pelo São Paulo (R$ 3 milhões de euros por 50% dos direitos, com a primeira parcela à vista). No entanto, o time tricolor não conseguiu um acordo com o atacante, que pediu R$ 400 mil mensais.

Em meio a isso, Dudu chegou a dizer publicamente que preferia o Corinthians. Ainda assim, contudo, o São Paulo não retrocedeu. Os dois times seguiram conversando com o Dínamo e com o jogador até quinta-feira (08), quando a diretoria alvinegra se retirou.

“Chegamos a um limite que não é apenas nosso, mas do mercado. Chegou um momento em que tivemos de tomar uma decisão de comprar ou não. Não podíamos ir além do que oferecemos”, explicou Mário Gobbi, presidente do Corinthians.

O São Paulo seguiu na negociação por mais um dia, mas também desistiu. Isso abriu caminho para Dudu assinar um contrato de quatro anos com o Palmeiras – ele passará por exames e formalizará o acordo na próxima segunda-feira (12).