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Dívida de R$ 2,5 mi com lateral de 2002 faz São Paulo atrasar pagamentos

Jorginho Paulista jogou no São Paulo entre 2002 e 2003, sem destaque - Jose Patricio/Folha Imagem
Jorginho Paulista jogou no São Paulo entre 2002 e 2003, sem destaque Imagem: Jose Patricio/Folha Imagem

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

12/05/2015 15h32

O São Paulo foi intimado no último dia 5 a pagar uma dívida referente à comissão para intermediários da contratação do lateral esquerdo Jorginho Paulista, em março de 2002. Segundo decisão da Justiça, o clube tem até o próximo dia 21 para pagar o valor de R$ 2.495.585,55 à Prazan Comercial Ltda, que aparece como comissionada na assinatura de contrato. Segundo a diretoria do clube, o imprevisto impossibilitou o depósito dos direitos de imagem ao elenco, hoje atrasados em um mês e meio.

Jorginho Paulista foi contratado no fim da gestão do ex-presidente Paulo Amaral, mas o contrato referente à comissão não paga é datado de 11 de julho de 2002, já na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa. O documento é assinado pelo ex-diretor de futebol e hoje presidente do conselho deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Na época, a comissão que deveria ser repassada à Prazan Comercial Ltda, empresa que prestou assessoria jurídica a Jorginho na intermediação do negócio, era de R$ 732 mil.

Com caixa apertado, o São Paulo tem hoje uma folha salarial de R$ 8 milhões no elenco profissional de futebol, e sofre para fazer os depósitos. O clube por enquanto não deixou atrasar os vencimentos em salário, registrados em carteiras CLT, mas tem atrasado os pagamentos de direito de imagem – a prática de dividir pagamentos mensais aos atletas entre salário e direitos de imagem é comum no futebol brasileiro. Geralmente, um jogador ganha parte dos vencimentos na carteira e a outra por meio de empresa particular pela prestação de serviços.

Desde que Carlos Miguel Aidar assumiu o São Paulo, em abril de 2014, a diretoria atrasou pagamentos de direitos de imagem em setembro e viu o maior atraso acontecer no início de 2015. No meio de março, o São Paulo chegou a dever, segundo o estafe de alguns jogadores, dois meses e meio em direitos de imagem. Tais atrasos foram quitados no dia 10 de março. Desde então, não houve pagamento.

A diretoria admite que hoje há um mês e meio de pagamentos atrasados referentes a direito de imagem. O vice-presidente de administração e finanças, Osvaldo Vieira de Abreu, afirmou que a dívida com os atletas será quitada até sexta-feira.

O São Paulo pretendia usar parte da renda de quase R$ 3,7 milhões obtida no Morumbi na partida contra o Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, para pagar os direitos de imagem atrasados. No entanto, afirma que vai tirar deste montante o valor que tem de pagar aos intermediários do negócio com Jorginho Paulista.