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Rejeição à venda de xodó da base assusta Corinthians e faz Tite ser cobrado

Matheus Cassini está de malas prontas para se transferir para o futebol italiano - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Matheus Cassini está de malas prontas para se transferir para o futebol italiano Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

21/05/2015 06h00

Antes disposto a pagar R$ 5,1 milhões à vista por Matheus Cassini, o Palermo-ITA indicou ao Corinthians que prefere fechar o negócio em duas parcelas. A diretoria corintiana bateu o pé e deu o prazo de quatro dias ao clube italiano. Além disso, tomou providências.

Tite foi cobrado internamente para que trabalhe melhor com os jovens da base durante o Campeonato Brasileiro em reunião recente entre diretoria e comissão técnica. A bronca, que parte sobretudo do superintendente Andrés Sanchez, também se ampliou ao gerente de futebol Edu Gaspar.

Na avaliação da diretoria, a falta de espaço aos jogadores jovens é um dos motivos para a saída de Matheus Cassini - Tite e Edu são os maiores responsáveis. O Corinthians se assustou com a repercussão negativa do fato na terça-feira, a ponto de Andrés se aconselhar sobre como responder às críticas. No fim das contas, ele disse que o desejo de saída era do atleta.

Pessoas próximas de Cassini, entretanto, contestam a versão de que somente ele pediu transferência. Lembram que nenhuma renovação de contrato ou reajuste salarial foram oferecidos a ele desde a profissionalização em janeiro. Argumentam que o vínculo com o Corinthians se encerra no próximo ano e vencimentos mensais são de R$ 8 mil. Na Itália, Matheus terá salário superior e garantia de futuro. Por isso, se inclinou para uma transferência.

Já Tite volta a sentir na pele uma antiga diferença com Andrés Sanchez. No último ano de sua gestão como presidente, em 2011, o dirigente fez cobranças duras e internas sobre o treinador por conta do mesmo tema. Já depois, ao longo da administração de Mário Gobbi, entre 2012 e 2014, insistiu sobre o tema em entrevistas.

Mais do que um desejo, o aproveitamento de jogadores jovens deve ser uma necessidade para Tite, que tem contrato com o clube até o fim de 2017. O corte de despesas na folha salarial do Corinthians, a curto prazo, precisa ser de 15%, segundo projeções da diretoria. Para o próximo ano, essa redução pode chegar a até 50%. Será indispensável utilizar a base.