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Cruzeiro não sente falta de patrocínio. O que permite esse luxo ao clube?

Uniforme do Cruzeiro, vestido por Leandro Damião, não tem patrocínio máster em 2015 - AP Photo/Natacha Pisarenko
Uniforme do Cruzeiro, vestido por Leandro Damião, não tem patrocínio máster em 2015 Imagem: AP Photo/Natacha Pisarenko

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

25/05/2015 15h59

Depois de cinco temporadas consecutivas com o patrocínio máster do Banco BMG, o Cruzeiro tem dificuldades para encontrar um parceiro que desembolse o pretendido pela diretoria. A ausência de uma companhia para estampar a região central do uniforme, entretanto, não é um problema para a cúpula, que encontra outras formas de faturar. A comercialização de ingressos, o programa Sócio do Futebol e o incremento na venda de camisas minimizam o impacto causado pela ausência de um patrocinador.

O clube arrecada com bilheteria e o programa Sócio do Futebol, o qual tem 70.867 inscritos até o fechamento deste texto, cerca de R$ 8 milhões mensais, conforme apurado pelo UOL Esporte, o que equivale a uma receita de quase R$ 96 milhões por ano. A boa campanha na Copa Libertadores da América pode fazer com que essa média aumente e a agremiação tenha um lucro ainda maior nas partidas de volta das quartas de final e em caso de classificação para a semifinal.

“A verdade é que as receitas de bilheteria e do programa Sócio do Futebol são muito superiores ao que o clube receberia com um patrocínio máster. É óbvio que faz falta, mas pensando em valores, esses números são bem maiores. O patrocínio máster representa 6% da receita anual do clube mais ou menos”, afirmou o diretor comercial Robson Pires à reportagem.

Outro ponto que ameniza, mesmo que de forma menos impactante, a ausência de um parceiro para estampar a maior parte do uniforme é a comercialização de camisas, que em apenas um semestre de 2015 atingiu quase o mesmo número do ano passado.

“Para você ter ideia do crescimento da venda de camisas, vamos fechar os primeiros seis meses de 2015 com aproximadamente 190 mil camisas comercializadas. O número é muito próximo do que conseguimos em 2014. No ano passado, foram vendidas 220 mil camisas do clube. Mas essa não é uma fonte de receita tão grande”, relatou o dirigente.

O Cruzeiro recebe 17% de royalties sobre cada item comercializado. O clube, portanto, arrecadou R$ 6,5 milhões no seis primeiros meses de 2015, o que representa uma receita superior a R$ 1 milhão mensal.

Para se ter ideia da importância de todos esses números, no ano passado, o Cruzeiro lucrava R$ 15 milhões anuais com a parceria firmada com o Banco BMG, o que representava R$ 1,25 milhão a cada 30 dias.