Ex-técnico da Irlanda: Blatter ofereceu 'jeito de esquecer' a mão de Henry
Após a partida entre Irlanda e França, em que Henry usou a mão no lance do gol de Gallas, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, procurou o técnico Giovanni Trappatoni e ofereceu ‘um jeito de esquecer’ o ocorrido. Quem fez a revelação foi o próprio treinador que comandava os irlandeses na ocasião. Nesta semana o dirigente da Federação Irlandesa, John Delaney, afirmou que a entidade recebeu dinheiro da Fifa para não protestar após ser prejudicada e ficar fora da Copa do Mundo.
“Ele [Blatter] me procurou depois do jogo. Disse para eu encontrá-lo, que tinha uma maneira de esquecer aquilo”, revelou Trappatoni ao jornal La Stampa. “Eu não sei do que se tratava. Só sei que quando ele me estendeu a mão, eu não o cumprimentei. Não tenho duas caras”, completou.
O lance aconteceu em 2009. No Playoff de classificação para Copa do Mundo do ano seguinte, Henry aproveitou-se da mão para ganhar a jogada na área irlandesa, fez o cruzamento e o gol foi marcado por Gallas. Com o resultado, a França avançou para Copa, e a Irlanda ficou fora.
Na quinta-feira, a Federação Irlandesa confirmou ter recebido 5 milhões de euros da Fifa para ‘esquecer’ o ocorrido e não entrar com protesto. “Foi um pagamento para a associação não entrar com um recurso. Houve um acordo de confidencialidade, pelo qual não posso falar sobre valores”, disse Delaney à Rádio RTE, da Irlanda.
Muito criticada no país, a Federação Irlandesa divulgou, ainda, o contrato firmado com a Fifa para o pagamento dos 5 milhões. Nele, uma cláusula proibia a divulgação do acordo. Segundo a Fifa, o dinheiro foi destinado a construção de um estádio e o pagamento aconteceria caso a Irlanda conquistasse a classificação para Copa do Mundo seguinte, o que não aconteceu.
Os irldandeses, ainda, tornaram público um cronograma de acontecimentos explicando cada passo do pagamento. O contrato foi assinado após uma série de reuniões, em 15 de janeiro de 2010. A Federação tornou pública, ainda, uma carta enviada pelo secretário da Fifa, Markus Kattner, em 2014, afirmando que o 'empréstimo' não precisava ser pago.
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