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Zico pede união de chapas em eleição, mas paz está longe do Flamengo

Zico (e) cumprimenta Wallim Vasconcellos (d) durante evento da chapa de oposição - Vinicius Castro/UOL
Zico (e) cumprimenta Wallim Vasconcellos (d) durante evento da chapa de oposição Imagem: Vinicius Castro/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

31/08/2015 20h20

O grupo dissidente da atual gestão do Flamengo promoveu na noite desta segunda-feira (31) o lançamento da chapa “Vencer, Vencer, Vencer” em um cinema do bairro do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. A festa contou com a presença do ídolo Zico e expôs mais uma vez o racha político na Gávea. O Galinho atraiu os holofotes e manifestou o desejo de união entre o grupo do presidente Eduardo Bandeira de Mello e o que tentará sair vitorioso na eleição do fim do ano através da candidatura de Wallim Vasconcellos.

“Adoro o Bandeira. Não tenho nada contra ele, mas sigo convicções. O Flamengo ganhou credibilidade de dois anos e meio para cá com o grupo. Falta bastante até a eleição. Quem sabe não chegamos a um acordo... Já vi acontecer de tudo no Flamengo e sou um batalhador da chapa única. Tentei e falei com muita gente. Respeito os envolvidos, mas o ideal seria que estivéssemos juntos. Só ganharíamos com isso”, afirmou Zico.

No entanto, o pedido do maior ídolo da história rubro-negra está longe de ser atendido. O presidente Bandeira de Mello está decidido em tentar a reeleição e sofreu duras críticas dos ex-aliados Wallim Vasconcellos, Rodolfo Landim, Rodrigo Tostes e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, todos ex-vices da administração.

“O presidente tem uma dificuldade enorme para tomar decisões. Dificuldade para demitir um técnico na hora certa e se posicionar. É um problema grave. As coisas não funcionam sem poder de decisão”, disse Wallim.

“As pessoas precisam lembrar que não são presidentes do Flamengo, apenas estão no cargo de presidente. A mosca azul deve ter picado e mudou o pensamento. O nosso trabalho deve continuar. Foi um trabalho de resgate da credibilidade e feito em grupo. As decisões não podem concentrar-se na pessoa. Em qualquer empresa funciona deste jeito”, completou o ex-vice de finanças Rodrigo Tostes.

Ficou claro que a reunião do grupo eleito em 2012 é improvável. Cada um aposta em suas convicções e Zico explicou os motivos que o levaram a apoiar mais uma vez a chapa.

“São pessoas com o mesmo pensamento. O comando é do grupo. Estou com eles desde o início e participei de muitas reuniões. Eles vão acertar e errar. É normal. Eles querem o bem do Flamengo, não usufruir do clube. Dificilmente Guerrero e Ederson viriam para cá com outra administração”, pontuou o Galinho.

O evento contou com as presenças dos ex-presidentes Márcio Braga, George Helal, Hélio Ferraz e Gilberto Cardoso Filho, além de conselheiros, sócios e artistas. A chapa expôs as propostas para aumentar receitas, melhorar o desempenho do futebol e dialogar com a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), entidade com a qual a gestão Bandeira de Mello rompeu. Vice-presidente de esportes olímpicos da administração atual, Alexandre Póvoa compareceu e foi elogiado por Wallim e grupo.

Com mudança constante no panorama político, o Flamengo tem até o momento três chapas confirmadas para o pleito de dezembro. As inscrições precisam ser feitas até o final de setembro. O presidente Eduardo Bandeira de Mello tenta a reeleição, enquanto Wallim Vasconcellos e Cacau Cotta surgem como oposição. A expectativa é a de que outras candidaturas apareçam nas próximas semanas.