Teixeira diz que investigação da Fifa mudou por sua causa e nega corrupção
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O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira se manifestou sobre o fato de estar sob investigação do comitê de ética da Fifa. De acordo com o dirigente, os rumos das investigações da entidade máxima do futebol mudaram depois que ele deu uma entrevista em junho explicando o acordo feito para que a Espanha fosse eleita sede da Copa do Mundo de 2018 – a Rússia acabou vencendo a eleição.
“[A investigação] É sobre a Copa no Qatar, até porque para 2018 eu votei na Espanha e não na Rússia”, afirmou Teixeira em entrevista ao portal Terra. “A partir dessa minha explicação [feita em junho], o Comitê de Ética resolveu mudar a direção das investigações. Até porque ninguém tinha dado essa versão sobre o caso”, explicou.
Em junho, em entrevista ao mesmo portal, Ricardo Teixeira havia explicado como teria acontecido o acordo para que o Qatar recebesse votos para ser eleito como sede da Copa do Mundo de 2022. O ex-presidente da CBF, no entanto, negou que tenha recebido algo por isso.
“Eles [Espanha] pleiteavam uma Copa compartilhada. Então, com Portugal na disputa, lógico que o voto do Brasil [também do comitê executivo da Fifa] seria para eles. Aí que entra a questão. A Espanha precisava de votos. Tinha os três da América do Sul [Argentina, Brasil e Paraguai], o dela e possivelmente mais um da Europa. Mas era muito pouco. Então fizemos uma reunião. Eu, [Angel Maria] Villar [presidente da Federação espanhola] e o [Julio] Grondona [então presidente da federação argentina, morto em 2014], reunião em que conseguimos mais alguns votos da Ásia, graças ao Qatar”, explicou na época.
“E qual foi o acordo? O Qatar votaria conosco [na candidatura Espanha/Portugal] para 2018 e em troca receberia nosso apoio em 2022. Foi esse o acordo. Foi somente esse o acordo. E o que se viu? A Espanha conseguiu chegar à última rodada de votação, mas perdeu para a Rússia. A história não difere um milímetro disso aí”, completou.
De acordo com reportagens da revista americana World Soccer e do jornal "Folha de S. Paulo", publicadas em junho deste ano, Teixeira teria recebido 30 milhões de euros (R$ 134 milhões) e um relógio de ouro do emir Hamad bin Khalifa Al Thani para votar em favor do Qatar na escolha da sede do Mundial de 2022.
O pagamento teria sido feito por empreiteiras do Qatar em uma conta secreta de Ricardo Teixeira em Mônaco - que estaria com os tais 30 milhões de euros. Um juiz do principado enviou as informações para a justiça brasileira, que investiga paralelamente o cartola por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
A polícia suíça já tinha revelado a suspeita de que o amistoso entre Brasil e Argentina em 2010 teria sido usado de fachada para transferência do dinheiro para o brasileiro.
Dirigentes na mira da Fifa
Nesta quarta-feira (21), o comitê de ética da Fifa revelou os dirigentes que estão sob investigação. Na lista, aparecem o nome de Ricardo Teixeira e do alemão Franz Beckenbauer, que teriam "violado o código de ética" da entidade.
Os outros investigados são Angel Maria Villar (vice-presidente da Uefa e mandatário da Federação espanhola), Worawi Makudi (presidente da Federação tailandesa), Jeffrey Webb (presidente da Concacaf e ex-vice da Fifa), Amos Adamu (diretor da Federação nigeriana), Eugenio Figueredo e Nicolás Leoz (ex-presidentes da Conmebol).
A Fifa não informa o teor das investigações, mas a imprensa inglesa destaca que as averiguações teriam a ver com suspeitas de compra de votos nas escolhas das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
Também foram citados o presidente da Fifa Joseph Blatter e o mandatário da Uefa Michel Platini, investigados por um suposto pagamento ilegal de 2 milhões de francos suíços em 2011, e o ex-secretário-geral Jerome Valcke, envolvido em um esquema ilegal de venda de ingressos dos Mundiais. Os três já haviam sido suspensos por 90 dias pelo comitê de ética.
Segundo o comunicado do comitê de ética, os casos de Villar e Beckenbauer já estão avançados e foram repassados para a câmara julgadora. A entidade ainda anunciou que pretende concluir as investigações sobre Blatter, Platini e Valcke antes do término da punição de 90 dias, imposta em 8 de outubro.
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