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Com clima de 'guerra' em São Januário, chegada de corintianos é tranquila

Bruno Braz, Dassler Marques, Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/11/2015 18h29

*Atualizada às 20h24

O clima de “guerra” que se criou para o jogo Vasco e Corinthians, nesta quinta-feira (19), às 22h, pela 35´ª rodada do Campeonato Brasileiro, fez com que comerciantes de São Januário fechassem suas portas. O jogo é encarado como uma final: pode dar o hexacampeonato brasileiro ao time paulista, enquanto o clube carioca luta pela permanência na Série A. A chegada dos times e das torcidas, no entanto, ocorre normalmente até então.

Pelo menos cinco bares do principal ponto de concentração dos torcedores do Corinthians, na esquina da rua São Januário com a rua General Argolo, baixaram suas portas com medo de um possível confronto entre torcedores das equipes.

“É clima de guerra mesmo, infelizmente. Por tudo que falaram, achamos melhor fechar", conta a dona de um dos bares.

O fato foge totalmente ao comum, já que o local, onde fica o portão 12, entrada dos visitantes no estádio, é ponto de concentração antes dos jogos. Os bares ficam sempre abetos. Nesta quinta, porém, em vez da tradicional venda de cerveja, o que se vê é um ambiente hostil.

A apreensão dos comerciantes cariocas se explica. Ao longo dessa semana, declarações de ambos os lados esquentaram o jogo. Tite, técnico do Corinthians, questionado em entrevista coletiva se levaria um parente a São Januário, disse que não, alegando receio pela segurança dos torcedores. Jorginho, treinador do Vasco, rebateu a declaração do colega convidando famílias, mulheres e crianças para a partida.

Chegada tranquila dos times e das torcidas

Ao chegar ao Rio de Janeiro, a torcida do Corinthians se concentrou no 4º Batalhão da Polícia Militar (PM), de onde foi escoltada até São Januário. O Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe) fez varredura na cercania do estádio e isolou a área, na qual só está permitida a entrada de policiais, jornalistas e torcedores com ingresso.

Os primeiros ônibus e vans com torcedores do Corinthians já chegaram. E com eles a tradicional provocação. "Vamos rebaixar o Vasco e ser campeão, São Januário só tem c...", cantam os corintianos. Os torcedores do Vasco respondem as provocações no mesmo tom.

No total, são 26 ônibus com corintianos escoltados em três levas. Segundo o major Silvio Luiz, comandante do Gepe, não ocorreu nenhum incidente até então. Os ônibus foram revistados uma vez na estrada e passarão por nova revista na entrada de São Januário. A chegada é tranquila.

Em provocação aos torcedores do Corinthians, galinhas foram penduradas na fiação que passa em frente à entrada dos visitantes de São Januário. Milho também foi jogado no chão.

Por fim, os dois times também chegaram tranquilamente a São Januário. O Vasco contou com muitos gritos de apoio de sua torcida na entrada do estádio. O Corinthians também entrou sem problemas. Um grupo de torcedores vascaínos, munido de pedras, até tentou chegar próximo ao ônibus corintiano, mas foi frustrado pelo esquema de segurança da polícia.