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Morre Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo

Mobral para Andrés, soco em Aidar e "Arapuca"; frases de Juvenal Juvêncio

UOL Esporte

Do UOL, em São Paulo

09/12/2015 09h23

Morreu na manhã desta quarta-feira Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo, em decorrência do tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado há anos. A informação foi confirmada pelo São Paulo ao UOL Esporte.

O velório será realizado no Salão Nobre do Estádio do Morumbi (portão 17), a partir das 15h. Já o sepultamento acontece nesta quinta-feira, às 10h, no Cemitério do Morumbi.

De acordo com o São Paulo, o dirigente estava internado há alguns dias no Hospital Sírio Libanês. Em sua página oficial, o clube lamentou a perda do dirigente.

"É com o mais profundo pesar e saudade que o São Paulo Futebol Clube comunica o falecimento de Juvenal Juvêncio, aos 81 anos. Benemérito e um dos presidentes mais empreendedores e vencedores da história do Tricolor, Juvenal faleceu na manhã desta quarta (9), no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado em decorrência de sua luta contra o câncer. O Clube se solidariza com familiares, amigos e admiradores neste momento de dor", trouxe o comunicado.

A perda também foi lamentada pelo técnico Muricy Ramalho, que esteve com o dirigente na conquista de três títulos brasileiros pelo São Paulo.

"Uma notícia ruim, porque convivi muito tempo com ele. Um cara muito trabalhador, parceiro, sempre fala o que tem que falar diretamente, parecido com o que penso da vida. É lamentável. Tomara que Deus dê a ele um bom lugar", afirmou Muricy, em entrevista à ESPN Brasil.

Amigo pessoal e vice-presidente de futebol na gestão de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes confirmou à rádio Bradesco FM que a saúde do ex-presidente são-paulino vinha se agravando nos últimos dias.

"Evidentemente, a doença o deixou bastante combalido. Poucas semanas atrás, estava sem dúvida nenhuma bastante lúcido, ativo. Mais recentemente sofreu um agravamento de sua doença e ele sentiu bastante. Tive ao lado dele com seu auxiliar, amigo e colaborador. Amizade muito forte, muito grande. Tinha um lado jocoso, brincalhão, aquilo que mais seduzia, satisfazia. Juvenal não falava muito, não dava declaração. Quando falava era sempre bomba atômica", disse Lopes.

Nascido na cidade de Santa Rosa do Viterbo (SP), Juvenal Juvêncio foi advogado e investigador de polícia. Na política, presidiu a antiga Cecap (atual CDHU) entre 1971 e 1975, na gestão de Laudo Natel como governador.

Em 1984, em gestão de Carlos Miguel Aidar à frente do São Paulo, Juvenal assumiu o posto de diretor de futebol, no qual ficou até 1988. No mesmo ano, em eleição polêmica, assumiu pela primeira vez a presidência da equipe. Ficou até 1990.

Entre 2003 e 2006, como vice-presidente de futebol, trabalhando como diretor de futebol na equipe que conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2005. Foi eleito presidente em 2006, reeleito em 2008 e 2011 e deixou o cargo em 2014. Para permanecer por três mandatos consecutivos no cargo, mudou o estatuto do clube, sendo acusado de 'golpista' pela oposição.

Além dos títulos, Juvenal também contribuiu para a melhora da estrutura física do São Paulo. O dirigente foi responsável pela modernização do CT de Cotia, utilizado pelas categorias de base, e pela criação do Reffis, moderno centro de reabilitação no CT da Barra Funda.

Nos últimos anos, trocou farpas constantes com dirigentes de clubes rivais – principalmente como Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Emerson Leão, ex-técnico do São Paulo, também entrou na lista de inimigos ao sugerir a renúncia de Juvêncio em 2013. Em 2014, já com a saúde debilitada, chegou a passar mal em entrevista à rede de TV Fox Sports.

Um das curiosidades sobre Juvenal é que o dirigente jamais revelou oficialmente sua idade. Nesta quarta-feira, porém, foi confirmado que o dirigente morreu aos 81 anos.

Juvenal costumava manter um bom relacionamento com o elenco são-paulino e foi homenageado pelos jogadores em seu último jogo à frente do São Paulo, em 2014. 

"Durante 12 anos entre diretor de futebol e presidente, foi talvez o maior presidente da história do São Paulo", disse o goleiro Rogério Ceni, em 2014. "Lógico que eu não vivi a era Laudo Natel, mas pós-geração antiga, foi uma pessoa que fez muito pelo São Paulo, pessoa empreendedora".

A boa relação entre o goleiro e o dirigente ficou clara na última determinação de Juvenal à frente do São Paulo. O ato final assinado pelo então presidente prevê que o centro de imprensa do CT da Barra Funda passe a chamar "Rogério Ceni" quando o camisa 1 se aposentar.