Topo

"Palmeiras é passado". Henrique tenta manter sina de 'Ceifador' em Portugal

Após começo difícil, Henrique começa a se adaptar ao futebol português - Miguel Schincariol/Getty Images
Após começo difícil, Henrique começa a se adaptar ao futebol português Imagem: Miguel Schincariol/Getty Images

Bruno Andrade

Especial para o UOL, em Lisboa (POR)

03/01/2016 13h29

Balançar a rede, fazer gesto como se tivesse degolando o adversário e correr para o abraço da torcida. Mesmo diante de uma relação de amor e ódio no Palmeiras, Henrique se notabilizou em 2014 como vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 16 gols. Depois de dias de impasse e decepções, o atacante acabou preterido pela diretoria alviverde e acertou com o Cruzeiro no início de 2015.

A saída não traz boas lembranças para o jogador. Apesar de não guardar mágoa dos torcedores palmeirenses, ele prefere deixar a passagem pelo clube como um capítulo virado na sua carreira. "Não gosto nem de lembrar, já faz tempo... Tem coisa que é melhor deixar no passado. Fui feliz no Palmeiras, porém não segui no clube. Fim. Mas tenho enorme respeito pelo torcedor palmeirense. A cobrança é algo normal na nossa carreira, você está sempre sujeito a ela. Nunca achei as críticas excessivas no Palmeiras porque sempre soube entender o lado da torcida", afirmou Henrique, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Após a saída do Palmeiras, Henrique não atravessou boa fase também no Cruzeiro e acabou se transferindo para o Vitória de Guimarães, de Portugal. Apresentado como reforço de peso em julho, Henrique sofreu nas primeiras semanas no futebol português e demorou a corresponder às expectativas.

Ele realizou dois jogos pelo Vitória de Guimarães B, que disputa a segunda divisão, mostrou bom desempenho, fez um gol e logo retornou ao time principal. Titular e referência ofensiva desde então, o atacante é hoje artilheiro do time com quatro gols em 12 partidas na elite portuguesa.

"O começo em Portugal foi complicado, a adaptação foi difícil, mas vim preparado para alcançar o sucesso. Aceitei numa boa jogar pelo time B, isso não tirou meu foco. Nada na minha vida veio fácil, sempre lutei muito para atingir meus objetivos. Encarei a mudança como mais um desafio e trabalhei para melhorar. Já evolui bastante, tenho aprendido a jogar mais fora da área, aprimorei a mobilidade. Mas sei que posso melhorar ainda mais. E vou melhorar".

Robalo e marca registrada fazem parte de recomeço

Se dentro de campo, Henrique penou um pouco para se adaptar ao futebol português, o mesmo não se pode dizer sobre o gosto pela culinária local. O jogador até já elegeu o robalo como o prato predileto em terras portuguesas.

"Sigo me adaptando aos poucos, minha esposa e meu filho têm me ajudado muito aqui. Sou de família, um cara tranquilo. Tenho trabalhado forte no dia a dia e aproveitado ao máximo fora de campo. O bacalhau aqui é muito bom, mas gostei mesmo é do robalo. Tenho comido direito robalo com legumes, é um prato especial que tem aqui em Guimarães. É muito bom".
Jogando um bom futebol e bem alimentado fora das quato linhas, o atacante se esforça para voltar a repetir com frequência no Vitória de Guimarães a comemoração que lhe rendeu o apelido de 'Ceifador' na época de Palmeiras.
"O pessoal já estava me cobrando (risos). Cadê o gesto? Marquei gols nos últimos jogos e fiz o gesto de passar a mão pelo pescoço. É muito bacana voltar a repeti-lo, percebo que os torcedores do Vitória já estão notando que é a minha marca registrada", disse Henrique.