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Palmeiras breca ajuda da Crefisa e busca contratações com dinheiro próprio

Diego Salgado e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

08/01/2016 06h00

O Palmeiras já anunciou sete reforços para a temporada 2015 e deve encerrar as investidas ao mercado. Há, ainda, uma pequena chance de a diretoria contratar mais um jogador. Se isso ocorrer, o clube irá descartar a ajuda da Crefisa.

No ano passado, a principal patrocinadora do time ajudou em duas das 25 contratações do clube: a do atacante Lucas Barrios e do volante Thiago Santos.

No primeiro caso, a empresa desembolsou R$ 4 milhões de pagamento de luvas para o jogador paraguaio, além de arcar com os salários do atleta. No segundo, a Crefisa ainda pagou a multa rescisória de R$ 1 milhão. Após a participação, a empresa, que gasta ainda R$ 23 milhões por ano pelo principal espaço na camisa alviverde, não descartou voltar a atuar nesse sentido. Em 2016, porém, a postura é diferente, por opção do presidente Paulo Nobre.

As contratações dos sete jogadores trazidos pela diretoria, por exemplo, não tiveram incentivo financeiro da Crefisa. Na negociação de valor mais elevado, a do atacante Erik, o Palmeiras pagou R$ 13 milhões.

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, Leila Pereira, dona da Crefisa e da FAM, confirmou que Paulo Nobre brecou a ajuda das empresas. "O presidente Paulo Nobre já divulgou que não precisará da ajuda da Crefisa", disse por meio da sua assessoria de imprensa.

A empresa deu a entender ainda que teria interesse em contratar o meia Valdivia, que deixou o Palmeiras em agosto passado. No último dia 31, a Crefisa divulgou uma foto dos donos da empresa (além de Leila Pereira, José Roberto Lammachia) ao lado do jogador, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. "A Crefisa como todo torcedor quer um Palmeiras forte, vencedor", afirmou Leila ao ser indagada pelo UOL Esporte sobre a imagem.

Nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Paulo Nobre disse que o meia Lucas Lima foi oferecido ao Palmeiras. O mandatário, entretanto, descartou a contratação, alegando que o valor da negociação está fora da realidade do clube.

"O Palmeiras não tem a menor condição de comprar um jogador que está neste padrão europeu. O Palmeiras está com pecha de milionário, mas não é verdade. O Palmeiras estava falido, quase era uma chacota. Nem era considerado rival para compra de jogadores", disse,

Rusga

Em novembro do ano passado, Palmeiras e Crefisa tiveram um desentendimento. O fato se deu porque o clube, em parceria com a Adidas, decidiu lançar uma camisa retrô do início dos anos 1990, com menção à Parmalat, patrocinadora do clube de 1992 a 2000. A resposta da Crefisa foi imediata.

"O patrocinador master é a FAM e a Crefisa, investimos quase R$ 100 milhões no Palmeiras, estamos reformando a Academia agora e o Nobre vem com essa proposta indecente? Acham que a gente é trouxa?". disse Leila ao Diário Lance!.

Segundo a empresária, a Crefisa "banca" o clube ao lado do programa de sócio-torcedor. "O relacionamento que deveria ser de primeira linha está sendo deteriorado por falta de lealdade e de jogo de cintura. Eles (dirigentes do Palmeiras) decidem e o último a saber é quem banca aquilo lá, junto com o Avanti", disse à época.