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Bola de Ouro ditará distintas tendências de acordo com ganhador; veja quais

Do UOL, em São Paulo

11/01/2016 06h00

Como acontece uma vez por ano, a Fifa vai reunir a nata do futebol mundial em uma festa que tem a Bola de Ouro como prêmio maior. Jogadores, treinadores, cartolas e jornalistas vão ficar de olho em Zurique e o que acontecer por lá deve ser assunto em todo o planeta durante todo o ano.

Com tanta badalação e prêmios importantes em jogo, a premiação dita diferentes tendências dependendo dos vencedores. Veja bem, não estamos exatamente falando de moda aqui (embora Messi e seus ternos sempre chamem atenção). Os donos da festa de gala da Fifa dizem muito sobre o futebol atual, quem está em alta e qual rumo as coisas estão tomando.

Para que você chegue à festa preparado, o UOL Esporte aponta a seguir quais são as possíveis tendências a serem lançadas na entrega do prêmio mais importante do futebol:

Bola de Ouro

Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar em fotomontagem - EFE - EFE
Imagem: EFE

Se Messi vencer...
O argentino é o grande favorito. Melhor jogador do Barcelona na Liga dos Campeões, ele é aposta quase certa para ganhar a quinta Bola de Ouro da carreira. Não deixa de ser uma resposta ao que aconteceu há um ano, quando Cristiano Ronaldo venceu e, do palco, disse que estava à caça do rival.

Voltar a vencer a Bola de Ouro após um hiato de dois anos, aos 28 anos de idade, é um recado de Messi ao futebol de que voltou com tudo (após não levar as duas últimas edições) e não será mais alcançado. Depois de sofrer com a saída de Guardiola do Barça, o craque está jogando o fino de novo e aparenta ter fôlego para muito mais.

Um quinto título de melhor do mundo volta a colocar duas Bolas de Ouro entre ele e os segundos mais premiados (Zidane, Ronaldo e Cristiano Ronaldo) e ratifica o status do argentino como o maior de sua geração.

Se Neymar vencer...
O brasileiro marca presença no top 3 pela primeira vez na carreira. Foi artilheiro da Liga dos Campeões e soube liderar o Barcelona quando Messi não estava lá. Uma vitória improvável significaria uma grande mudança no jogo de forças do futebol e um desejo de atletas, técnicos e jornalistas para que a hegemonia atual seja quebrada.

Seria a primeira Bola de Ouro a escapar das mãos de Messi e Cristiano Ronaldo desde 2007, quando Kaká conseguiu o feito. Vencer, no entanto, é bastante difícil para o brasileiro, que já fará algo gigante se for o segundo.

Bater Cristiano Ronaldo é subir um degrau na atual escada dos maiores, um cartão de visitas para que no próximo ano ele possa sonhar ainda mais alto. Além disso, representaria uma curva descendente importante do português, sempre comparado a Messi nos últimos anos. Sem fazer uma grande temporada, ele cada vez mais é ligado a uma possível saída do Real Madrid e, como é o mais velho dos três, pode ser o primeiro a decair.

Se Cristiano vencer...
Por incrível que pareça, o atual dono da Bola de Ouro é o menos cotado para o prêmio deste ano. A temporada decepcionante e sem títulos do Real Madrid ofuscou os muitos gols que o português marcou em 2015. Com o Barcelona multicampeão, é difícil imaginar que ele saia de Zurique com o prêmio.

Uma vitória, então, seria uma zebra rara em premiações da Fifa, em que geralmente já se sabe quem vai levar o troféu no fim. Seria também um novo recado do colégio eleitoral de que atuações individuais pesam mais que títulos e grandes times, como já ocorreu antes.

Fora isso, Cristiano Ronaldo terá cumprido a promessa do ano passado, igualando Lionel Messi. Com quatro Bolas de Ouro cada, ele igualaria o argentino e faria a velha discussão sobre quem é melhor voltar de vez.

Melhor entre as mulheres

12.jan.2015 - Jogadora Marta, que concorre mais uma vez à Bola de Ouro, participa de conversa com as concorrentes, a norte-americana Abby Wambach e a alemã Nadine Kessler; Marta já venceu o prêmio cinco vezes - FABRICE COFFRINI/AFP PHOTO - FABRICE COFFRINI/AFP PHOTO
Imagem: FABRICE COFFRINI/AFP PHOTO

O prêmio que é distribuído pela Fifa desde 2001 foi dividida por três atletas durante as dez primeiras edições. Mia Hamm (EUA) ganhou duas vezes, Birgit Prinz (Alemanha) três e Marta cinco vezes. Desde 2011, a tendência é outra e nenhuma ganhadora se repete.

De lá para cá, já venceram Homare Sawa (Japão), Abby Wambach (EUA), Nadine Angerer e Nadine Kessler (ambas da Alemanha). Neste ano, a sina continua, já que as indicadas são Carli Lloyd (EUA), Aya Miyama (Japão) e Celia Sasic (Alemanha), todas em busca da primeira conquista.

Melhor técnico

Guardiola acompanha o jogo do Bayern de Munique - NIGEL TREBLIN / AFP - NIGEL TREBLIN / AFP
Imagem: NIGEL TREBLIN / AFP

Se entre os jogadores nem sempre os títulos são premiados com a Bola de Ouro, o mesmo não se pode dizer dos técnicos. Desde 2010, quando o prêmio foi criado, os vencedores são sempre nomes que levantaram taças na temporada.

Mourinho havia ganhado a Liga dos Campeões com a Inter de Milão em 2010 e Guardiola fez o mesmo com o Barça no ano seguinte. Vicente del Bosque, campeão europeu com a Espanha, foi agraciado em 2012, seguido por Jupp Heynckes (Bayern de Munique) e Joachim Low (Alemanha).

Neste ano, só Guardiola pode quebrar essa escrita. Jorge Sampaoli levantou a taça da Copa América de forma inédita com o Chile e  Luis Enrique ganhou a Liga dos Campeões com o Barcelona. Pep foi campeão alemão com o Bayern, é verdade, mas se vencer a disputa vai mudar a tendência recente do prêmio.

Prêmio Puskas

Wendell  Lira, Goianésia - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Wendell Lira, do Vila Nova, é um intruso na eleição que tem Messi e Florenzi, da Roma, como seus rivais na briga pelo gol mais bonito. Se a comoção da internet por ele se confirmar o prêmio, ele será o primeiro “desconhecido” a levar o prêmio.

Desde 2009, os eleitos como gols mais bonitos sempre saíram da elite do futebol mundial, incluindo Cristiano Ronaldo, Neymar, Ibrahimovic e James Rodriguez. Wendell Lira, com um gol marcado no Campeonato Goiano, pode “invadir” esse clubinho, já que a votação é aberta e há uma campanha a favor dele nas redes sociais.