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Xodó da sensação Napoli usou 1º salário para comprar chuteira de Ronaldo

Criado na base do Napoli, Insigne é o jogador mais identificado com o clube - Francesco Pecoraro/Getty Images
Criado na base do Napoli, Insigne é o jogador mais identificado com o clube Imagem: Francesco Pecoraro/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/01/2016 06h00

De todos os jogadores que levaram o Napoli à liderança do Campeonato Italiano e ao título simbólico do primeiro turno, nenhum se identifica mais com o clube do que Lorenzo Insigne. O atacante de 24 anos cresceu sonhando usar a camisa azul celeste e hoje é fundamental para o time que vem repetindo feitos da era Maradona. Sua primeira inspiração, no entanto, foi um craque brasileiro.

Insigne vem de uma família humilde da pequena comuna de Frattamagiore, na região metropolitana de Napoli. Quando a fábrica de sapatos em que seu pai trabalhava fechou, ele e seus três irmãos tiveram que arrumar emprego. Aos 14 anos, vendia roupas como ambulante durante a manhã e treinava futebol à tarde.

Vivia pedindo para seus pais uma bola e uma chuteira. Mas foi só com o seu primeiro salário como ambulante que ele conseguiu comprar logo dois pares do modelo "R9", o mesmo que Ronaldo Fenômeno usava. Um deles ficou com ele mesmo. O outro, deu de presente para seu irmão Antonio, que também jogava futebol. "Só a gente tinha, foi uma satisfação", relembra.

Aos 15 anos, finalmente entrou para os juniores do Napoli. E apesar da admiração por Ronaldo e a idolatria por Maradona, ícone do último Scudetto napolitano, seu maior ídolo era um jogador da rival Juventus: Alessandro Del Piero. "Alex é um campeão correto, como Lorenzo sempre quis ser. Os exemplos são importantes", explica seu empresário Antonio Ottaiano.

Após ser admitido nas categorias de base do Napoli, precisou de seis anos para finalmente brilhar na equipe principal. A partir de 2012, se juntou a Hamsik, Cavani e companhia para formar o time que seria campeão da Copa da Itália na temporada seguinte. No mesmo ano, recebeu sua primeira convocação para a seleção italiana.

Na temporada atual, chamou a atenção ao comandar a goleada de 4 a 0 sobre o Milan em pleno San Siro, com dois gols e uma assistência. Teve até que controlar a empolgação depois do jogo: "Por favor, não me comparem com Maradona. Ele é um Deus".

Mas se o Napoli conseguir manter o embalo e quebrar o jejum de títulos no Italiano, vai ser difícil evitar as comparações da dupla Insigne e Higuaín com Maradona e Careca. O primeiro passo já foi dado: desde aquele timaço de 1990, o Napoli não terminava o primeiro turno na liderança...