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Organizada assume dívida de R$ 69 mil por quebra-quebra em Mogi e isenta SP

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

28/01/2016 22h33

A Independente, principal torcida organizada do São Paulo, quer assumir o prejuízo de R$ 69 mil causado pelo quebra-quebra no Estádio Nogueirão, em Mogi das Cruzes, em 17 de janeiro, durante jogo válido pela Copa São Paulo de Futebol Júnior. A torcida admitiu total responsabilidade pelo episódio, isentando o clube tricolor, mas também criticou a Federação Paulista de Futebol (FPF).

Segundo relatou o vice-presidente da Independente, Henrique Gomes, ao UOL Esporte, representantes da torcida vão se reunir na próxima semana com a prefeitura de Mogi das Cruzes para acertar os detalhes do pagamento.

"A Independente não vai fugir da responsabilidade. O São Paulo não tem nada a ver. Foi constatado que a Independente quebrou, ela vai pagar. Não temos condições de pagar à vista, mas vamos pagar parcelado. É a única torcida do Brasil que está assumindo a culpa e disposta a arcar", disse Gomes, conhecido como Baby.

A confusão em Mogi começou quando cerca de 3 mil torcedores são-paulinos ficaram do lado de fora do estádio na partida contra o Rondonópolis - a entrada era gratuita. Segundo a prefeitura da cidade, torcedores do lado de dentro tentaram forçar a abertura dos portões para permitir que companheiros entrassem, o que fez com que a Guarda Municipal e a Polícia Militar entrassem em confronto com o público.

Para Gomes, a FPF precisa assumir uma parcela de culpa pela confusão. "A federação colocou um jogo do São Paulo em um estádio onde cabem 7 mil torcedores, sendo que, em Barueri, o público batia 10 ou 15 mil. Aquele estádio tem uma única entrada. Ficaram cerca de 3 mil do lado de fora. Eles não fizeram trabalho de prevenção, nesse jogo não teve revista", criticou.

"É fácil a culpa cair na organizada. O que foi constatado e filmado, a gente vai pagar. Mas muita gente veio 'no vácuo', não foi só organizada. Em jogo envolvendo clube grande, tem que pensar em tudo isso, ter um policiamento que já saiba como lidar. Nada contra a Guarda Municipal, mas eles saíram batendo em todo mundo e isso gerou a revolta", continuou.

O coronel Marcos Marinho, diretor do Departamento de Segurança e Prevenção de Violência da FPF, não foi localizado pela reportagem para comentar as críticas. Já o São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não foi notificado sobre a necessidade de ressarcir a prefeitura de Mogi das Cruzes pelos prejuízos causados no Nogueirão, tampouco foi contatado pela Independente sobre o assunto.

Por meio de uma nota oficial, a prefeitura de Mogi das Cruzes informou que aceitará conversar com a organizada sobre os prejuízos provocados pela confusão. 

"A Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos informa que, no entender do município, a responsabilidade sobre os fatos ocorridos no dia 17 de janeiro, no estádio municipal Francisco Ribeiro Nogueira, a Arena Nogueirão, é solidária entre a Federação Paulista de Futebol (FPF), o São Paulo Futebol Clube e a torcida Independente. Assim, o município entende que o pagamento dos prejuízos causados pelos torcedores pode ser feito por qualquer uma destas partes ou pelas três em conjunto. Sobre o posicionamento da torcida Independente manifestando o interesse de pagar pelos prejuízos, a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos informa que aguarda um contato oficial da torcida para tratar do tema."