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"Final" do Espanhol terá Neymar contra cascudos que costuma tirar do sério

João Henrique Marques

Do UOL, em Barcelona

29/01/2016 06h00

Falta dura, queixas, discussões, as participações de Neymar contra o Atlético de Madri costumam gerar polêmica. E o novo desafio do brasileiro diante do time de Simeone é ajudar o Barcelona a superar a melhor defesa da história do Espanhol.

O confronto dos líderes, sábado, no Camp Nou é tratado como final antecipada da competição – Barça está empatado com o Atlético com 48 pontos, mas tem um jogo a menos.

Do rival, Neymar já ouviu acusações de que é cai-cai, sofreu com faltas duras, foi encarado pelo treinador Simeone e já teve até que aturar o “7” feito com os dedos pelo lateral direito Juanfran em alusão aos 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo de 2014. No entanto, a resposta em campo costuma prevalecer.

Neymar saiu vencedor com o Barça nos últimos cinco jogos entre os times. E sempre marcando ao menos um gol. No Vicente Calderón, a casa do adversário, vaias o perseguem. Despertando ainda mais a ira atleticana, o brasileiro já até dançou em comemoração de gol (veja vídeo acima) – o fato aconteceu na vitória do Barça por 3 a 2 pelas quartas de final da Copa do Rei no ano passado. 
 
“Algum dia ele vai sofrer algo sério. O Neymar precisa evoluir. Aprender com os grandes que têm ao lado”, disse Gabi, meio-campo do Atlético, após o episódio.
 
No Atlético de Madri, Neymar já marcou até gol de título. Isso aconteceu logo na estreia pelo clube catalão, em 2013, ao fazer o gol do empate por 1 a 1 no campo adversário na Supercopa da Espanha – duelo de volta terminou 0 a 0 e Barça ganhou pela vantagem do gol marcado fora -. Só que na mesma temporada, o Atlético ainda se tornaria o principal algoz ao manter-se invicto nos quatro jogos seguintes e ainda eliminar o Barcelona nas quartas de final da Liga dos Campeões.
 
Já na exibição mais recente, pelo primeiro turno do Espanhol, Neymar foi o protagonista da vitória por 2 a 1 no Vicente Calderón. No jogo em que Messi atuou apenas por cerca de 20 minutos no segundo tempo, o brasileiro garantiu a virada com um belo gol de falta. 

A melhor defesa
 
O poderio defensivo do Atlético de Madri nesta temporada é incrível. O time chega à 22ª rodada do Espanhol como a melhor defesa da história da competição, tendo sofrido apenas 8 gols no total, média de 0,39 por jogo.
 
Fora de casa, o retrospecto é ainda melhor. São apenas três gols sofridos, em 11 partidas. A espinha dorsal formada pelo goleiro Jan Oblak e o quarteto defensivo formado por Juanfran, Giménez, Godín e Filipe Luis, está apta.
 
Nos números defensivos, o time de Simeone ainda se destaca com a equipe com a maior quantidade de bolas recuperadas, com quase 80 em média por jogo.