Inter tem até treinador de bola parada na base para lapidar joias
Em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, o treino das categorias de base do Internacional não termina no apito final. Após a atividade principal, surge no gramado um treinador de bolas paradas. Ele é Chico Fraga, ex-lateral do Colorado, São Paulo e Fluminense, e que coordena um trabalho de aprimoramento técnico com jovens de 15 a 20 anos.
Chico foi bicampeão brasileiro com o Inter em 1975 e 1976 e, desde 2001 trabalha com as categorias de base. Sempre como treinador de bola parada. Quando Muricy Ramalho passou pelo Beira-Rio, chegou a integrar a comissão técnica do elenco principal, mas depois voltou a trabalhar com os garotos.
O método de Chico Fraga é simples: tentativa e erro, com dicas de quem ganhou espaço na carreira cobrando faltas. “A gente aprimora o jeito que eles batem na bola, cada um tem seu estilo. Depois do treino, fazemos umas 10, 15 repetições. Vamos corrigindo e tornando a cobrança mais natural, mais técnica”, conta.
Durante as cobranças, Chico orienta os jovens e cria pontos imaginários que afetam diretamente a trajetória da bola rumo ao gol. “Mira entre o segundo e o terceiro da barreira, bate nela mais rápido que não tem como o goleiro chegar”, diz o ex-lateral a uma dupla do time juvenil do Inter.
“Eu trabalhei com vários garotos aqui e também com o time profissional. O Valdívia passou por aqui e ele pega muito bem na bola, deveria cobrar mais faltas no time de cima”, opina Chico Fraga. “O Alex é um dos que trabalhou comigo sem ser da base e está lá agora, de novo. Eu fico até meio irritado de não ver ele cobrando falta. É um cara que consegue bater dos dois jeitos, com técnica e com força”, completa.
A grande inspiração de Chico Fraga enquanto lateral foi Nelinho, ex-jogador do Cruzeiro e da seleção brasileira. A maneira de pegar na bola e o efeito obtido fizeram o agora treinador ser obcecado pelo movimento, nos anos 1970. Hoje, ele tenta transmitir aquilo que aprendeu só observando o ídolo.
“Bater com técnica é mais fácil do que bater com força. E dou um exemplo só para comprovar. Quem bate com técnica, se quiser, pode bater com força. Quem bate com força dificilmente consegue bater com técnica”, comenta.
Para o clube, o trabalho tem papel importante na formação do jogador. O refino técnico é um dos cuidados do Internacional nos últimos anos – tanto que o clube encorpou o projeto chamado ‘Aprimorar’, por onde passaram nomes como Alexandre Pato, Luiz Adriano e Leandro Damião. No final de 2015, o ex-centroavante Christian comandou uma oficina para atacantes.
Recentemente, a base do Inter recebeu outro investimento. Novos observadores foram contratados para ampliar a rede de análise e prospecção de jovens. No ano passado, o clube foi o único brasileiro convidado a participar de um seminário sobre a formação de atletas, sediado na Alemanha. Tudo porque os treinos não terminam no apito final.
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