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'Sem casa' para jogar, Fla já vê cenário adverso atrapalhar na temporada

O estádio de Édson Passos é a casa improvisada do Flamengo no Campeonato Carioca - Gilvan de Souza/ Flamengo
O estádio de Édson Passos é a casa improvisada do Flamengo no Campeonato Carioca Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/02/2016 06h00

A temporada será uma prova de fogo para o Flamengo por conta dos fechamentos de Maracanã e Engenhão. A realização dos Jogos Olímpicos Rio-2016 tirou do Rubro-negro a possibilidade de uma casa para jogar. A falta de estádio já atrapalha o time em diversos aspectos logo no início do ano. Diretoria e comissão técnica estão preocupadas.

A interdição do Maracanã durante praticamente todo o ano - o Flamengo só poderia utilizá-lo definitivamente no começo de outubro - é considerada apenas o embrião dos problemas na Gávea. O Rubro-negro já contabiliza um aumento significativo no número de viagens. Será assim em boa parte dos jogos como mandante, além dos tradicionais deslocamentos enquanto visitante.

Os desgastes físico e psicológico preocupam os responsáveis pelo futebol, já que os jogadores ficarão menos tempo com os familiares e também serão reduzidos os treinos nas vésperas dos jogos. Um exemplo está na partida contra o América-MG, dia 17 de fevereiro. Mandante do confronto pela Primeira Liga, o Flamengo optou por levá-lo para o estádio Kléber Andrade, em Cariacica, no Espírito Santo.

O primeiro turno e parte do segundo do Campeonato Brasileiro serão realizados nessas condições. A perda técnica é enorme na avaliação rubro-negra e a preocupação tem fundamento em performances recentes de outras equipes.

“A relação do Flamengo com o Maracanã é outra. Teremos viagens e estádios diferentes com frequência. Precisamos encontrar uma solução muito mais para o primeiro turno do Brasileirão. É muito tempo sem uma casa. Temos exemplos de clubes que enfrentaram dificuldades técnicas sem os seus estádios. Cruzeiro e Atlético-MG sofreram muito sem o Mineirão. Grêmio e Internacional também. O torcedor compreende isso. É um ano difícil e buscamos os menores impactos possíveis”, afirmou o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano.

A ideia de erguer uma arena provisória na Ilha do Governador ou em Campo Grande não avançou. O Flamengo vai alternar jogos no interior do Rio de Janeiro com mandos vendidos para Espírito Santo, Brasília, Manaus, Natal e Mato Grosso.

Mas os problemas não estão apenas nas viagens e nos longos períodos de concentração. O estádio escolhido para sediar os jogos no Campeonato Carioca não agradou jogadores e técnico Muricy Ramalho. O gramado de Édson Passos foi reprovado pelo comandante e uma mudança de praça para o restante do Estadual não está descartada. O estádio Los Larios é uma das possibilidades analisadas.

"O campo precisa melhorar muito para o futebol. É lamentável ter jogadores do nível que possuímos e com o investimento que temos. A bola agarrava demais e o jogo era muito lento, o que não combina com o futebol atual. Esse campo não corresponde. Não quero falar muito, pois fica como desculpa, mas deixou um pouco a desejar", disse Muricy após o empate por 1 a 1 com o Boavista.

"Pagamos o preço pelo gramado não estar nas melhores condições. O América nos atendeu muito bem, o Marco Antônio Teixeira [diretor executivo do Alvirrubro] foi muito solícito. Na verdade, vamos rever a questão do gramado para que não nos prejudique. Só seremos mandantes no dia 27 de fevereiro [jogo contra o Resende]. Está marcado para Édson Passos, mas pode sair de lá. Vamos analisar se o gramado pode ser melhorado. É questão de conversar bastante e escolher o que atende melhor ao Flamengo", finalizou Rodrigo Caetano.