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Como Dudu virou a referência ofensiva do Palmeiras após mudança de posição

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

02/02/2016 06h00

Dudu começou o ano de 2016 da mesma forma que terminou 2015: com gols e em posição de destaque no time do Palmeiras. No último domingo, o camisa 7 fechou o placar para a equipe alviverde na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, na estreia do Campeonato Paulista.

O gol marcado no último minuto da partida em Ribeirão Preto só foi possível graças ao novo posicionamento do jogador, com liberdade no meio-campo do esquema do Palmeiras. Nele, Dudu pode dar início às jogadas, entrar na área para concluir e trocar de posição com os dois homens de lado (no caso, Gabriel Jesus e Robinho).

Dudu hoje é meia centralizado no esquema 4-2-3-1. Até a estreia de Gabriel Jesus sob o comando de Marcelo Oliveira, contra o Cruzeiro, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, a principal contratação do Palmeiras em 2015 atuava pelo lado esquerdo.

Ao mudar de posição, os números melhoraram. Aberto pelo lado do campo, Dudu disputou 37 partidas, com oito gols marcados. Depois da troca, o camisa 7 marcou o mesmo número de gols até o fim de 2015. Para chegar à marca, porém, ele precisou de apenas 18 confrontos.

"O Marcelo me cobrou para chegar mais perto da área, para colar no Lucas para fazer tabelas e ficar próximo ao gol. Deu muito certo, pude terminar como artilheiro da temporada. Tenho de jogar como tem dado certo. Se estou fazendo gol pelo meio, prefiro continuar por ali", disse Dudu em entrevista ao UOL Esporte.

Veja o que mudou no posicionamento de Dudu:

Mais profundidade

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Última opção: Dudu aguarda cruzamento na primeira final do Paulistão 2015
Imagem: Reprodução

Na primeira partida da final do Paulistão do ano passado, com Oswaldo de Oliveira à frente do time, Dudu atuou aberto à esquerda no mesmo 4-2-3-1 dos primeiros jogos de Marcelo Oliveira. Nessa posição, Dudu perdia o poder de finalização. Isolado e sem profundidade, o camisa 7 concluía menos à meta adversária.

Na decisão da Copa do Brasil, Dudu teve uma chance real ainda no primeiro tempo. No lance, vindo de trás, o camisa 7 aproveitou a jogada de pivô feita por Barrios e apareceu dentro da área para chutar no gol, como homem mais avançado da equipe.

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Na final da Copa do Brasil, Dudu recebe de Barrios e vai à frente para finalizar
Imagem: reprodução

Velocidade ajuda também por dentro

Até agosto, Dudu também mostrou qualidade em fundamento importante: a velocidade. Imaginava-se que depois da mudança, o jogador perdesse a oportunidade de utilizar o recurso. Por dentro, o atleta passou a receber mais lançamentos, como ocorreu no gol marcado contra o Botafogo-SP — no lance, Robinho deu a assistência ainda no campo de defesa.

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No primeiro jogo na nova posição, contra o Cruzeiro no Mineirão
Imagem: reprodução

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Dudu parte em velocidade para o gol no primeiro gol de 2016
Imagem: reprodução

Construção de jogadas

Dudu passou a ser importante também para o aumento da criatividade do meio-campo. Em 2015, o meia-atacante somou 13 assistências, só atrás de Robinho, com 14. Uma delas ocorreu no empate por 3 a 3 com o Corinthians. O camisa 7 tem a bola dominada e espera a passagem de Lucas. Na sequência, o lateral marca o primeiro gol do Palmeiras.

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Contra o Corinthians, Dudu enxergou bem a passagem de Lucas, que abriu o placar
Imagem: reprodução

Antes, o espaço de Dudu estava restrito à faixa esquerda do campo. No 4-2-3-1 antigo, apenas o atleta guardava posição. Rafael Marques e Robinho mudavam de condição constantemente. O fato dificultava o trabalho de Dudu, que tinha menos opções de passe. Agora, o camisa 7 tem pelo menos três alternativas de passe: o centroavante e os dois jogadores abertos do time titular (Robinho e Gabriel Jesus).

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Na posição antiga, Dudu tinha menos opções de passe
Imagem: reprodução