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Ligações para Teixeira e orações: a tensão de Ricardo Oliveira com oferta

Ricardo Oliveira ligou até para o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, para pedir ajuda - GIULIANO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO
Ricardo Oliveira ligou até para o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, para pedir ajuda Imagem: GIULIANO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

27/02/2016 06h00

O atacante Ricardo Oliveira viveu dias de tensão depois de receber uma “proposta tentadora” do Beijing Guoian, da China. Mesmo sendo um atleta experiente e exercendo a função de pastor evangélico no elenco do Santos, o jogador ficou aflito, se irritou muitas vezes com a postura do presidente Modesto Roma nas negociações e chegou até a ligar para o ex-presidente Marcelo Teixeira para tentar a liberação do clube paulista.

O camisa 9 pediu para Teixeira intervir na decisão de Modesto, mas não teve sucesso. O ex-mandatário disse que não poderia se envolver no caso e apenas aconselhou o jogador a deixar Santos pelas “portas da frente”. O pedido de ajuda ao ex-dirigente do clube foi uma espécie de última cartada, pois ocorreu na manhã desta sexta-feira, poucas horas antes de fechar a janela de transferências do mercado chinês.

Pessoas ligadas ao jogador revelaram que Ricardo Oliveira intensificou as orações nos últimos dias. O camisa 9 se fechou no quarto por muitas horas e pediu ajuda a Deus para que o presidente santista mudasse de ideia.

Além de orar, Ricardo Oliveira agiu e realizou diversas reuniões com Modesto Roma e dirigentes do Santos nos últimos três dias. O capitão santista deixou a primeira reunião comemorando a sua saída do clube. O estafe do atleta alega que o mandatário até beijou o jogador para despedi-lo do clube, mas depois mudou de ideia e pediu, inicialmente, 12 milhões de euros para liberá-lo.

Ricardo Oliveira comentou com familiares e amigos próximos que sofreu ingratidão do dirigente santista, pois aceitou se transferir para o clube no ano passado assinando um “contrato de teste”, com salário modesto, de R$ 50 mil, comparado aos padrões do futebol brasileiro.

Se não bastasse, o atacante abriu mão de praticamente metade do salário oferecido pelos chineses. O atacante ofereceu 6 milhões de euros (R$ 26 milhões) do próprio bolso, mas o clube paulista queria, no mínimo, 8 milhões de euros (R$ 34,8 milhões) para liberá-lo.

No início, o centroavante ganharia R$ 2,2 milhões mensais, mas o ordenado cairia para pouco mais de R$ 1 milhão com os R$ 26 milhões oferecidos ao Santos. Para o jogador, o negócio ainda era vantajoso, pois ele recebe "apenas" R$ 150 mil mensais na Vila Belmiro.

Segundo o estafe do jogador, os R$ 26 milhões seriam uma exigência do próprio presidente Modesto Roma durante as negociações de quinta à noite. Enquanto o Santos goleava o Mogi Mirim por 4 a 1 no Pacaembu, o dirigente santista negociava com o jogador e seu estafe por telefone.

No entanto, Modesto mudou de ideia, recusou os R$ 26 milhões e pediu 9 milhões de euros (R$ 39 milhões). Nos últimos minutos da negociação, o clube paulista ainda reduziu a pedida para R$ 34 milhões, mas não houve mais tempo de negociação, pois a janela de transferências do mercado chinês fechou às 12h (de Brasília) desta sexta-feira. 

Após a “tormenta”, Ricardo Oliveira se apresentou ao clube e treinou com os demais companheiros na tarde de sexta-feira. O Santos, por sua vez, promete compensar o jogador, mas não revelou de que maneira fará isso.