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Léo elege seu jogo mais marcante no Santos. E não é o título de 2002

Léo escolheu o jogo contra o Vélez Sarsfield por causa de superação e responsabilidade  - Reinaldo Canato/UOL
Léo escolheu o jogo contra o Vélez Sarsfield por causa de superação e responsabilidade Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

01/03/2016 06h00

O ex-lateral Léo, maior ganhador de títulos do Santos após a Era Pelé, revelou ao UOL Esporte o jogo e o lance mais marcante de sua carreira com a camisa santista. Engana-se quem pensa que é o gol marcado na final do Campeonato Brasileiro de 2002, quando o então camisa 3 fechou o placar da vitória do alvinegro praiano por 3 a 2 contra o Corinthians, que encerrou a fila de 18 anos do clube sem uma conquista de expressão.

Léo disse que o momento mais marcante para ele com a camisa santista ocorreu dez anos depois, quando o Santos eliminou o Vélez Sarsfield, da Argentina, por 4 a 2, na decisão por pênaltis, em jogo válido pelas quartas de final da Copa Libertadores da América de 2012.

Na ocasião, o ex-lateral entrou no segundo tempo, participou do gol de Alan Kardec na vitória no tempo normal e ainda cobrou o último pênalti que selou a classificação santista.

“Todos estão pensando que vai ser a final de 2002 (jogo para ficar eternizado), não vai, foi contra o Velez, quando entrei faltando dez minutos para acabar. Precisávamos ganhar por 1 a 0, eu trombei com o zagueiro, o Kardec fez o gol, e o último pênalti saiu para eu cobrar. Eu escolhi esse lance, pela responsabilidade, pelo momento que vivia”, afirmou o ídolo santista.

Por que Léo não escolheu o lance de um título histórico e, sim, de um jogo que poucos santistas guardam de recordação? Explica-se. Com 36 anos na época, o ex-lateral estava magoado no clube, pois amargava a reserva de Juan, na equipe santista comandada por Muricy Ramalho.

“Quando o Muricy me chamou, para mim foi um desafio. Porque eu provei para mim mesmo que eu poderia reverter um jogo importante. Provei pra mim, não pra ele (Muricy), que eu tinha condição ainda”, disse.

“Eu estava sentindo muito (a reserva), porque eu estava no banco, estava me sentindo bem, o Juan não estava em momento bom, eu senti que dava para mim. Você chama um ídolo do clube faltando dez minutos para acabar o jogo e pede para ele entrar, um lateral, teoricamente não vai mudar nada, mas eu provei que muda sim. Eu mudei, fiz o lance do gol e bati o último lance com muita gente perdendo. A torcida gritando meu nome, eu sai do estádio daquele jeito”, completou.

Sem "jogo de despedida" no Santos

Léo revelou que desistiu de receber um jogo de despedida no Santos, homenagem que tanto sonhava com a camisa santista. A ideia do ex-lateral era realizar uma partida contra o Benfica e se despedir ao lado de Elano, quando o meia definir o fim de sua carreira.

"Praticamente sim (desistiu da despedida), minha despedida já foi, em toda minha carreira, o que eu fiz, vai ficar na memória do torcedor. Vai fazer dois anos que parei, não me preocupo com isso. O que me deixa tranquilo, feliz, é que seja em Santos, São Paulo, Belo Horizonte, eu recebo o carinho do torcedor comigo. Isso não tem preço e nada vai pagar", completou.

“"Passou (despedida do Léo). Vou participar da despedida do Elano, não sei quando vai ser. Quando ele parar eu irei participar da homenagem dele. O meu passou, faz dois anos já. O Elano está em tempo ainda", disse.

Léo não confirmou publicamente, mas o UOL Esporte apurou que o lateral está magoado com alguns dirigentes do Santos. O ídolo santista, inclusive, não participa mais da "vida política" do clube paulista.