Da dor das lesões à glória. Conheça história de lateral titular do Cruzeiro
Marcar, trocar passes, chegar à linha de fundo e acertar cruzamentos. Essas são apenas algumas das várias funções dos laterais. Quando se decide pela posição, é normal trabalhar estes fundamentos desde as categorias de base. Fabiano, todavia, não teve esta oportunidade. Zagueiro de ofício, ele foi deslocado para a lateral direita em 2012, aos 20 anos, pelo técnico Gilmar Dal Pozzo.
E para o atual jogador do Cruzeiro se acostumar à função foi doloroso, no sentido literal da palavra. Os novos exercícios, que incluíam sessões extras de cruzamentos, acarretaram em lesões constantes. O adutor da coxa direita foi o músculo mais afetado, conforme relata o próprio atleta:
“Quando eu passei a jogar nessa posição, eu sabia que era um ponto forte do lateral o cruzamento. Como era zagueiro, no início, tive um pouco de dificuldade. Era normal, por nunca ter feito a base nesta posição. Durante as folgas, principalmente depois dos treinamentos, eu ficava fazendo cruzamento e, muitas vezes, nem chegava à linha de fundo para cruzar a bola. Tive muitas lesões na parte do adutor, porque não era acostumado a fazer este tipo de trabalho”, disse ao UOL Esporte.
Os problemas encontrados na adaptação à lateral obrigaram o jogador a realizar outras atividades. O fortalecimento muscular tornou-se obrigação no cotidiano. Só assim as frequentes contusões se extinguiram.
“Forçava demais a músculo. Depois fiquei fazendo muito fortalecimento na academia. Quando não era uma carga forte de trabalho, ainda dava para ficar cruzando algumas bolas e sempre dava uma dorzinha. A gente sempre tem algo a melhorar. É importante reconhecer isso e trabalho no dia a dia”, comentou.
Mas todo o “sofrimento” do atleta tem um responsável. Gilmar Dal Pozzo, comandante da Chapecoense à época, foi quem alterou o seu posicionamento. Em 2012, ao se mudar para a Arena Condá, ele mudou o esquema de jogo da equipe e optou por colocá-lo na lateral direita. A decisão foi acertada e Fabiano acumula elogios do ex-treinador.
“A posição de origem do Fabiano é zagueiro. Mas eu vi que o Fabiano tinha muita qualidade para apoiar ali pelo lado direito e na ala direita a gente tinha um atacante. Eu só o posicionei como lateral e o ala que estava continuou mais avançado. Eu praticamente continuei com os mesmos jogadores, mas com uma linha de quatro atrás”, afirmou ao UOL Esporte.
“Eu tive uma resposta extremamente positiva, o Fabiano gostou e a gente deu sequência. Ele teve sucesso. Eu fico feliz porque teve um entendimento tático por parte do Fabiano e consequentemente o colocou numa grande equipe, que é o Cruzeiro. Não tenho dúvidas que o Fabiano vai jogar em grandes da Europa, porque ele tem o fundamento do desarme e depois o apoio”, acrescentou.
Embora tenha encontrado dificuldades, Fabiano, hoje, se destaca na posição. Titular absoluto do Cruzeiro comandado por Deivid, ele acertou dois cruzamentos que culminaram em gols da equipe. O primeiro foi diante do Fluminense, pela Primeira Liga, no Mineirão. Rafael Silva foi quem aproveitou o passe. O segundo foi diante do Tricordiano, em Sete Lagoas. Fabrício foi encontrado na área e apenas escorou de primeira para Arrascaeta marcar.
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