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Wenger se irrita com jornalistas e questiona boatos de demissão no Arsenal

Técnico completa 20 anos à frente do Arsenal em 2016, mas é questionado por currículo - AP Photo/Kirsty Wigglesworth
Técnico completa 20 anos à frente do Arsenal em 2016, mas é questionado por currículo Imagem: AP Photo/Kirsty Wigglesworth

Do UOL, em São Paulo

08/03/2016 10h23

O técnico do Arsenal, Arsène Wenger, está aborrecido. O motivo: as especulações a respeito de uma possível demissão, após 19 à frente da equipe.

Contratado em 1996, Wenger é o treinador a mais tempo comandando um clube no futebol europeu. Mesmo assim, sofre questionamentos pela falta de títulos no clube. Na temporada 2015/2016, é o terceiro colocado do Campeonato Inglês, oito pontos atrás do líder Leicester (60 a 52).

No entanto, o francês demonstrou nesta terça-feira ter perdido a paciência com os recorrentes boatos a respeito de uma demissão.

“Olhe, eu trabalho aqui há 19, 20 anos. E estou sempre sentado aqui, tendo que justificar que sou bom o suficiente para o emprego”, disse o treinador, antes do jogo desta terça-feira contra o Hull City pela Copa da Inglaterra.

“Não tenho problema em lidar com tudo, mas acho isso um aborrecimento no fim das contas. Sempre tenho que convencer vocês (jornalistas) de que sou bom o suficiente. E tenho trabalhado há 35 anos em alto nível”, completou Wenger, que trabalhou antes no Nancy (1984 a 1987), no Monaco (1987 a 1994) e no Nagoya Grampus Eight (1994 a 1996).

Para Wenger, parte das críticas vêm do fato de ele não fazer questão de ser simpático – seja com torcedores, seja com jornalistas.

“Não tenho conta no Twitter. Não convido ninguém para jantar, para ser simpático. Eu trabalho, trabalho e trabalho. Se não for bom o suficiente, alguém vai me dizer um dia. Isso é tudo que posso fazer”, desabafou.

“Não me preocupo com o que vocês (jornalistas) dizem sobre mim, ou o que os torcedores dizem sobre mim. Tento fazer meu trabalho de maneira adequada, com compromisso integral. Depois disso, todo mundo tem direito a ter uma opinião. Vocês não decidem se continuo no meu emprego ou não”, acrescentou.

Ao longo de seu desabafo, o treinador disse ser “humilde suficiente” para se questionar a respeito de sua própria competência.

“Acreditem, eu faço isso”, afirmou. “Não é coincidência que as pessoas que controlam o clube me dizem para estar aqui há 19 anos. Vocês acham que eles são mais idiotas que vocês, ou que eu?”, questionou.