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Seleção se reúne para Eliminatórias com "chineses" na berlinda

Renato Augusto, do Beijing Guoan, encara o Tianjin Teda, do brasileiro Wagner - ChinaFotoPress/ChinaFotoPress
Renato Augusto, do Beijing Guoan, encara o Tianjin Teda, do brasileiro Wagner Imagem: ChinaFotoPress/ChinaFotoPress

Danilo Lavieri

Do UOL, em Teresópolis (RJ)

21/03/2016 07h29

A seleção brasileira se apresenta nesta segunda-feira (21), na Granja Comary, em Teresópolis, para enfrentar Uruguai e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa. Com a marca atingida de 35 nomes diferentes convocados por Dunga para a disputa da vaga no Mundial de 2018, o time vê dois jogadores na berlinda: Renato Augusto e Gil.

Os ex-corintianos foram destaque da base de Tite para o título do Brasileiro do ano passado e optaram em ir para a China para aumentar rapidamente os números das respectivas contas financeiras. Na seleção brasileira, no entanto, eles estarão sob observação constante por causa da decisão.

Durante 2016, Renato Augusto fez apenas uma partida. Foram 90 minutos disputados durante os quase 90 dias deste ano. Gil jogou sete partidas pelo Shandong Luneng, com um total de 630 minutos em campo. Para base de comparação, Lucas Lima, por exemplo, tem dez jogos somando quase 900 minutos.  Neymar, por sua vez, disputou 18 partidas e soma 1620 minutos no gramado. Neste caso, no entanto, vale destacar que, em janeiro, a temporada europeia já estava em sua metade. 

Nos últimos dois jogos com a amarelinha, contra Argentina e Peru, a dupla foi bastante utilizada. O zagueiro foi titular a partida inteira em Salvador, contra os peruanos, enquanto que o meio-campista não só atuou os 90 minutos, mas também pôde comemorar um gol. Contra os hermanos, Gil fez apenas um minuto em campo, enquanto que Renato atuou por 27.

A comissão técnica de Dunga afirma que tem olheiros e um sistema de observação de jogadores em todos os cantos do mundo. Internamente, no entanto, admitem que o nível técnico do futebol asiático é sempre uma preocupação para atletas que optam por esse caminho. Recentemente, Diego Tardelli virou exemplo desse obstáculo.

Convocado constantemente na época em que estava no Atlético-MG, o atacante aceitou a proposta chinesa. Para seguir nos planos do treinador para a disputa da Copa América, precisou fazer treinos físicos especiais. Na época, admitiu que o ritmo do país não era o suficiente para que ficasse em alto nível na seleção brasileira. Depois da competição, foi esquecido das listas aos poucos.

Ricardo Goulart, que também foi para a China, e Everton Ribeiro, que foi para os Emirados Árabes Unidos, são outros dois que desapareceram da lista após priorizarem o lado financeiro ao técnico. 

Recentemente, Dunga admitiu que espera muito mais de quem opta por ir à China. "Falo a esses jogadores que vão para um mercado não considerado de primeira linha, que eles precisam ter um cuidado maior fisicamente, com o treinamento, que é difícil. Eles precisam de uma preparação à parte, fazer algo diferente além do que fazem no clube. E também conversar para virem um ou dois dias antes por causa do fuso e da longa viagem", afirmou o comandante no sorteio de grupos da Copa América de 2016.