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Como irmã paraplégica e morte de cunhado guiaram carreira de Forlán

Forlán e a irmã Alejandra recebem Tevez em evento no Uruguai - Reprodução
Forlán e a irmã Alejandra recebem Tevez em evento no Uruguai Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

31/03/2016 06h00

Um dos melhores atacantes da história do Uruguai por pouco não virou tenista. A raquete o encantava tanto ou mais que a bola de futebol quando Diego Forlán era menino, mas uma tragédia familiar e o incentivo do pai, ex-jogador, o levaram para os gramados. Ainda criança, o atacante disse que seria jogador de futebol para ajudar no tratamento da irmã, vítima de um acidente de carro.

Forlán tinha 11 anos quando Alejandra, então com 17, voltava de uma festa com o namorado, Gonzalo. Ele dirigia o carro por Montevidéu e perdeu o controle do veículo, que capotou algumas vezes até bater em uma árvore. Gonzalo morreu no acidente. Alejandra ficou paraplégica. Foram sete meses internada, cinco deles respirando com a ajuda de aparelhos.

O irmão mais novo, então, falou para a família que se tornaria um jogador profissional para ajudar no caro tratamento de Alejandra. O acidente contribuiu na difícil decisão de Forlán sobre seu futuro. Até então, o tênis ainda era uma opção, mas o futebol já ganhava mais espaço em sua vida.

O pai de Forlán, Pablo, era quem mais o incentivava a apostar no futebol. Foi um amigo da família, inclusive, quem disse para o garoto realizar a pré-temporada no Peñarol para ficar em forma para jogar com os amigos.

“Tive um momento complicado, não decidia se jogava futebol ou tênis. Eu queria aproveitar a adolescência, estudar e sair com os amigos. Ter mais fins de semana”, conta Forlán sobre aquela época.

Os conselhos do pai, o acidente da irmã e o talento de Forlán fizeram dele um dos principais atacantes de sua geração, eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010. E quando sua carreira decolou, o atacante do Peñarol ajudou não só a irmã, mas dezenas de vítimas de acidentes de carro.

Em 2009, Alejandra Forlán criou uma fundação para ajudar na redução dos acidentes de trânsito e apoiar as vítimas. O jogador financiou o projeto. “Diego tem uma generosidade poucas vezes vista. É uma pessoa perseverante, disciplinada e muito humilde. É um goleador da vida”, resumiu Alejandra à revista Hola.