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STJD abre inquérito sobre procurador, mas decide não suspendê-lo

O STJD decidiu abrir inquérito sobre Paulo Schmitt (à esquerda) - Daniel Marenco/Folhapress
O STJD decidiu abrir inquérito sobre Paulo Schmitt (à esquerda) Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

DO UOL, no Rio de Janeiro

31/03/2016 19h04

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) abriu inquérito para apurar possível conduta imprópria do procurador Paulo Schmitt, mas decidiu não suspendê-lo provisioriamente. O procedimento investigatório é resultado de e-mails publicados pela ESPN em que Schmitt aparece conversando com os dirigentes da CBF sobre denúncias que fará no tapetão.

O inquérito está a cargo de Ronaldo Piacenti, que é vice-presidente e corregedor do tribunal. Foi aberto em pedido do auditor Washington Rodrigues que apareceu nos e-mails sendo atacado pela CBF e pelo procurador.

Quem fará a primeira análise dos documentos será o subprocurador William Figueiredo. Depois, será aberta vista para os interessados em fazer sua defesa.

Os e-mails divulgados fazem parte de um pacote aprendido na casa do presidente licenciado Marco Polo Del Nero pela Polícia Federal, em 2012. Nos documentos, dirigentes da confederação pedem punição ao Atlético-MG por um mosaico de sua torcida contra a CBF.

Schmitt confirma que fará a denúncia, mas o clube é absolvido. Em seguida, ele recorre ao pleno e reclama do auditor Washington Reis. Por último, agradece por uma viagem a Nova Iorque paga pela CBF.

Em uma nota oficial, o corregedor que vai investigar Schmitt defendeu a lisura do STJD.

Veja abaixo a nota do corredor do STJD sobre o caso:

"A Corregedoria do STJD do Futebol no uso de suas prerrogativas legais vem por meio desta nota informar que instaurou três procedimentos disciplinares, sendo:

O requerimento para um procedimento administrativo solicitado pelo Auditor Washington Rodrigues contra o Procurador-Geral Paulo Schmitt, uma abertura de procedimento investigatório e um procedimento disciplinar do Procurador-Geral, ambos contra o Auditor Washington. Os pedidos foram encaminhados para o subprocurador William Figueiredo para análise de toda documentação acostada aos autos para que depois possamos abrir vista para os envolvidos para que os mesmos se pronunciem. Por ora, o Corregedor entendeu em não acolher o pedido de afastamento do Procurador e do Auditor.

Não há um rito e previsão legal definindo prazos para tais procedimentos, porém o tramite será o mais célere possível.

Importante ressaltar e esclarecer que o STJD é uma Instituição séria e ilibada a qual todos os membros trabalham para o bem geral das competições de futebol. Reafirmo em nome de todo o Tribunal que nesta casa não há qualquer tráfico de influência nas decisões por nós proferidas, sejam por parte da CBF ou de qualquer classe que indique membros a comporem esta corte.

Ronaldo Piacenti"