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Recuperar ambiente e unir elenco e comissão: o que o SP quer de Pintado

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

04/04/2016 06h00

Pintado deve começar a trabalhar como auxiliar técnico no São Paulo na próxima quarta-feira (6), pelo que está planejado pela diretoria. O nome do cargo é técnico, mas as funções deverão ser mais administrativas e voltadas à gestão de pessoas: segundo informado por membros da cúpula são-paulina, as principais atribuições do ex-jogador serão recuperar o bom ambiente do futebol e unir setores do clube que não andam tão entrosados.

A avaliação da diretoria é que hoje há certo desgaste na relação com os jogadores. A leitura feita é de que a gestão Carlos Miguel Aidar, que chegou a atrasar em quatro meses os pagamentos de diretos de imagem além de premiações, quebrou a confiança de parte do elenco com a cúpula. A nova diretoria também chegou a atrasar pagamentos, e novamente houve alfinetadas públicas de jogadores que evidenciaram problemas.

Membros do clube afirmam que caberá a Pintado gerir relações pessoais. O auxiliar estará no vestiário para criar um atalho na comunicação da diretoria e da comissão técnica - atualmente argentina - com o elenco. Da mesma forma que irá falar aos jogadores diariamente sobre o que pensa a diretoria, poderá levar à cúpula determinadas queixas e demandas do elenco. Pintado também estará ao lado do técnico Edgardo Bauza para passar a ele impressões sobre o elenco e o ambiente do vestiário.

Pintado comandou o Guarani como técnico até o último domingo (3) e agora deixa a carreira de treinador de lado para integrar a comissão técnica fixa do clube do qual se tornou ídolo - foi campeão mundial e bicampeão da Copa Libertadores em 1992 e 1993, sob o comando de Telê Santana.

Há pouco mais de um mês, em participação no programa "Resenha", da ESPN, quando ainda comandava o Guarani, Pintado comentou sobre o momento ruim do São Paulo - o clube acabara de ser derrotado pelo The Strongest, da Bolívia, no Pacaembu, na primeira rodada da fase de grupos da Libertadores.

"O que o São Paulo precisa não dá para comprar, não para treinar, não dá para conversar. É construção e acho que não é tão simples. Vamos lá dar uma dura. Não é por aí", disse, ao ser questionado por Juan Pablo Sorín.

Há pouco mais de uma semana o São Paulo demitiu Milton Cruz, que ocupou o cargo de coordenador técnico até o fim de 2015 e que neste início de 2016 passara a ser chefe do departamento de análise de dados. Coordenador técnico desde o início do ano, René Weber permanece na função e agora se soma a Pintado, auxiliar.