Com Del Nero na mesa, Dunga recebe ultimato e expõe tensão na seleção
O técnico Dunga está cada vez mais pressionado no comandado da seleção brasileira. Sem resultados convincentes nas Eliminatórias e com focos de insatisfação interna no grupo, o treinador se reuniu com a cúpula da CBF nesta terça-feira e recebeu cobranças pelo trabalho, como revelou o Blog do PVC na última segunda. Até mesmo o presidente licenciado, Marco Polo Del Nero, esteve presente ao encontro, aumentando a tensão do momento.
Ao lado do coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, Dunga escutou do alto escalão da Confederação que os resultados precisam melhorar. Uma demissão, por enquanto, está descartada. Mas o comando da seleção já sabe que um fracasso na disputa da Copa América Centenário – em junho – não será perdoado e comprometerá o projeto que prevê Dunga e Gilmar à frente do time que disputará a sonhada medalha de ouro olímpica nos Jogos Rio 2016 – em agosto.
Sempre procurando mostrar um ar tranquilo diante das pressões recentes, Dunga se assustou e deixou escapar uma tensão no encontro com os chefes da CBF. Antes da reunião desta terça, tanto ele quanto Gilmar enxergavam que a ameaça ocorria apenas fora da Confederação. Nesta manhã, o cenário mudou.
A tensão, aliás, não era percebida apenas em Dunga. Outros funcionários da CBF deixavam no ar a preocupação no dia com ar decisivo. Funcionários do departamento de comunicação se esquivavam de comentar o assunto e chegaram a negar a presença de Marco Polo Del Nero.
Após o encontro com Del Nero e outros membros da diretoria, como o presidente exercício, Coronel Nunes, e o diretor executivo da CBF, Rogério Caboclo, Dunga e Gilmar deixaram o prédio da entidade rapidamente em um carro preto, escapando de contato com a imprensa presente.
No final da tarde, Rinaldi retornou ao prédio e fez um pronunciamento de quatro minutos - informando ainda que não responderia questionamentos dos mais de 50 representantes da imprensa presente.
"Desci apenas porque o Vinicius [assessor de imprensa] falou que muitos de vocês estavam aqui. Foi uma reunião muito boa, muito tranquila. Uma coisa de rotina mesmo. Sentei com o presidente para apresentar relatórios dos últimos jogos e apresentar as programações para Copa América e Olimpíadas", disse o coordenador de seleções, ignorando a pressão no cargo e ameaça de nem sequer chegar aos Jogos Rio 2016 no cargo.
"O trabalho está muito bom. Estamos ansiosos para definir os últimos detalhes das programações futuras", finalizou Gilmar Rinaldi.
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