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Contrato assinado por Gianni Infantino é localizado nos "Panamá Papers"

Do UOL, em São Paulo

05/04/2016 15h39

O nome do novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, apareceu no material divulgado dos “Panamá Papers”. De acordo com o que noticiou nesta terça-feira (5) a BBC, o dirigente assinou um contrato com dois empresários que foram acusados de suborno.

Os indivíduos em questão são Hugo e Mariano Jinkis, que compraram os direitos de TV da Liga dos Campeões e os venderam por quase o triplo do preço original. O contrato foi assinado por Infantino em 2006, quando ele ainda era um diretor da Uefa.

De acordo com os registros da investigação, a Uefa concluiu ofertas de offshore com figuras da Fifa envolvidas em escândalos de corrupção responsáveis pela queda do ex-presidente Joseph Blatter. Os contratos teriam sido assinados por Infantino, recentemente eleito presidente da entidade máxima do futebol internacional.

A Uefa nega irregularidade entre seus funcionários ou outros parceiros de marketing. A Fifa também insiste que Infantino não tem nenhuma relação com os dirigentes investigados e suas empresas.

A Panama Papper aponta que Infantino vendeu os direitos de transmissão sobre a Liga dos Campeões, Liga Europa e Supercopa Europeia para a empresa argentina Cruz Trading, que os repassou à emissora Teleamazonas pelo quadruplo do preço.

Além de Infantino, aparece na investigação o nome do ex-presidente da Uefa, Michel Platini, além de personalidades de fora do futebol, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin e o diretor de cinema Pedro Almodovar.

Horas após a publicação da notícia da BBC, o presidente Gianni Infantino emitiu um comunicado oficial desmentindo qualquer envolvimento nos contratos que estão sendo investigados e ressaltou não aceitar os ataques a sua integridade.

Confira o comunicado na íntegra:

“Eu estou consternado e não irei aceitar que a minha integridade seja colocada em dúvida por certos veículos de mídia, especialmente após a UEFA ter revelado todos os detalhes envolvendo estes contratos.
 
Do momento em que tomei ciência dos últimos questionamentos da mídia relacionados ao tema, eu imediatamente contatei a Uefa para buscar esclarecimentos. Eu fiz isso porque não estou mais com a Uefa, e são eles que possuem exclusivamente todas as informações contratuais relacionadas aos questionamentos. Neste meio tempo, a Uefa anunciou que está conduzindo uma revisão em seus inúmeros contratos comerciais e já respondeu extensos questionamentos da mídia relacionados a esses contratos específicos.
 
Como eu já havia dito anteriormente, eu nunca negociei pessoalmente com a Cross Trading e nem seus proprietários, já que o processo foi conduzido pela equipe de marketing da Uefa. 
Gostaria de declarar que nem a Uefa ou eu estivemos em contato com nenhuma autoridade relacionada a estes contratos. 
 
Além disso, conforme a própria mídia publica, não há nenhuma indicação de qualquer tipo de atitude ilícita minha ou da Uefa nesta questão”.