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Rinaldi e Dunga entram com queixa-crime contra Romário no STF

Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, Em São Paulo*

06/04/2016 15h02

O técnico da seleção brasileira, Dunga, e o coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) com duas queixas-crime contra senador Romário (PSB). O motivo da ação diz respeito às declarações do ex-jogador colocando em dúvida a isenção da dupla na hora de elaborar uma lista de convocação, com possíveis interesses particulares.

Ainda não há prazo para análise da legitimidade da ação, informou o advogado Ricardo Braga, que representa os dois no caso.

Romário foi notificado na terça-feira para apresentar a sua defesa. Em seguida, uma sessão poderá ser marcada por um dos ministros do STF.

Além disso, Dunga e Rinaldi também protocolaram uma reclamação junto ao Comitê de Ética do Senado, por quebra de decoro. De acordo com o advogado, Romário não poderia usar da imunidade parlamentar para dar tais declarações. Segundo ele, a motivação do ex-jogador foi pessoal e não atrelada à função legislativa.

Por meio de sua assessoria, Romário rebateu a ação de Dunga e Gilmar. "Todos sabemos que, de acordo com o art. 53 da Constituição Federal, ‘os deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos’".

A troca de farpas começou, inicialmente, em setembro do ano passado. Romário deu entrevistas ao jornal italiano Gazzetta Dello Sport duvidando dos interesses para uma convocação.

“Não se convoca mais os melhores, há interesses por trás. O diretor é Gilmar Rinaldi, que, até um dia antes de sua nomeação, era um agente de jogadores. Uma provocação! Você viu a convocação? Todos pertencem aos empresários que lucram com convocações. É evidente para todos”, disse o ex-atleta na ocasião.

Rinaldi respondeu afirmando que Romário quer ser o novo “Paladino da Justiça” e o desafiou a abrir mão da imunidade parlamentar para ser investigado e lançou o desafio de abrir o sigilo bancário.

O Baixinho não ficou calado e deu a última palavra. Em suas redes sociais, disse que Rinaldi era medíocre como empresário e ex-jogador e que merecia se juntar a José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que está preso.

Ricardo Braga destacou que a ação também tem uma motivação extra por causa do momento do país, que requer muita clareza em tudo o que envolve os representantes públicos.

Lembrando que José Maria Marin e Marco Polo Del Nero já entraram com processos contra o senador, mas todos foram derrubados no STF pelo mesmo motivo: imunidade parlamentar. 

*Colaborou: Daniel Britto, do UOL, em Brasília