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Argel "Forrest Gump". Os causos do técnico que você não conhece

Argel tem lado frasista e contador de histórias fora dos microfones e do campo - Ricardo Duarte/Divulgação SC Inter
Argel tem lado frasista e contador de histórias fora dos microfones e do campo Imagem: Ricardo Duarte/Divulgação SC Inter

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

13/04/2016 06h00

Argel Fucks tem um lado que poucos conhecem no futebol. Afora o estilo como treinador, o ex-zagueiro é um contador de histórias. Participante ativo de resenhas, o nome dado para o bate-papo no mundo da bola, ele coleciona passagens e frases.

Em 2015, ao ser xingado por um torcedor no Beira-Rio em razão de atuação fraca do time, Argel encarou o reclamante. Na entrevista coletiva, desconversou e disse que se tratava de um velho amigo que reapareceu na cidade. Questionado sobre o nome, tascou sem titubear: "Ataliba".

O caso exemplifica o estilo do treinador. Hiperativo, direto. Um frasista também. As características ajudam a explicar a abertura dele com os jogadores, a forma como estabelece liderança. Um dos grandes pontos positivos enxergados por quem acompanha de perto o trabalho de Argel.

O UOL Esporte separou algum dos causos de Argel, do tempo como jogador e também agora como técnico.

Um hotel diferente

Antes de chegar ao Inter, Argel treinou 14 times. Com as mais diferentes estruturas e jogando divisões distintas. Em uma das viagens para atuar fora de casa, o ex-zagueiro brincou com as instalações do hotel que recebeu a delegação. “Este hotel é para anão? A cama é pequena demais”, disparou.

Gols?

Em 2008, no Mogi Mirim, Argel mudou um jogador de posição. Gil, então com 20 anos, era atacante e se tornou volante. Hoje ele atua pela Chapecoense. A troca ocorreu em um dos primeiros treinos.

“Quantos gols tu fez aqui no Mogi, Gil?”, perguntou Argel antes da atividade. “Nenhum, professor”, respondeu Gil. “Então tu não é atacante, meu filho. Com essa pegada, com essa intensidade eu vou te colocar como volante. Vai lá”, retrucou.

Só no caixão

A postura na beira do campo não é teatro. Argel é elétrico 24h por dia, sete dias por semana. Dentro e fora do futebol. A rotina puxada é encarada sem melindres. E para quem mostra guarda baixa diante de agenda cheia ou tarefas mais duras, a resposta já é clássica.

“Está cansado? Quando morrer vai ter bastante tempo para descansar. Vamos lá”, brinca.

Resenha

Nos Estados Unidos em janeiro, durante a Florida Cup, Argel delegou mais funções para a comissão técnica. Testou novidades. E se aproximou mais de todos. Na volta dos treinos, a conversa dele com outros membros do estafe do Colorado era animada.

“Fica à vontade, só não mexe em nada”, dizia Argel no começo da resenha, quando alguém chegava perto de suas instalações em ônibus, hotéis.