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Fred diz ter visto "maldade" em confusão, mas agradece permanência no Flu

Fred e Levir chegam a um acordo para que atacante continue no Fluminense - Ricardo Nogueira/Folhapress
Fred e Levir chegam a um acordo para que atacante continue no Fluminense Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/04/2016 18h34

O atacante Fred concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (14) para explicar a polêmica em que esteve envolvido nos últimos dias. Durante seu pronunciamento, o atleta exaltou sua história no clube e chegou a se emocionar ao citar o carinho dos torcedores e funcionários do clube que defendiam a sua permanência. 

De acordo com o atleta, o estopim do desentendimento entre ele e o técnico Levir Culpi foi a repreensão do treinador ao seu método de cobrar os companheiros de equipe. A briga começou após uma cobrança mais acalorada ao meia Gustavo Scarpa.

“Quero ser o mais objetivo e simples possível. Não foram as substituições como estavam falando. Após um jogo, tive uma discussão no vestiário. Algo normal. Levir reuniu o grupo para falar que eu estava humilhando um companheiro. Fiquei mal, triste e não aceitei. Jamais jogarei contra o Fluminense ou para criar problema”, começou o atacante, que complementou.

“Aquilo me deixou mal, triste, é uma coisa que não aceitei, porque jamais vou jogar contra o Fluminense ou fazendo problemas aqui dentro. Ele não conhecia a história aqui dentro, porque tinha acabado de chegar, pra entender que esse mesmo jogador que ele falou que eu tinha humilhado, eu já engraxei chuteira várias vezes. Eu já até chorei quando ele fez gol, em momento de transição, quando patrocinador saiu e falaram que a gente estava quebrado. Aquilo me deixou muito mal.”

Ainda segundo o atacante, o jeito incisivo ao cobrar seus companheiros de equipe sempre foi uma marca de sua carreira, ainda mais ao longo dos sete anos em que defende a camisa do Fluminense. No entanto, Fred ressaltou que suas cobranças e desentendimentos acabam assim que o árbitro encerra a partida.

“Tenho uma forma de pensar e meu jeito de agir dentro de campo e do vestiário. Tenho certeza que ninguém vai me mudar, porque esse é meu jeito. São sete anos no Fluminense liderando a equipe desta forma. Nunca levei um problema de vestiário ou de campo para depois do jogo. O que acontece, para mim, morre ali dentro, seja com jogador, treinador. Já tive várias discussões e depois de dois, três dias, a gente se acerta novamente e morre o negócio”, explicou Fred.

O centroavante ainda explicou que, em sua cabeça, Levir tinha tido certa maldade ao agir daquela forma com ele. Segundo Fred, foi esse pensamento que o levou a pensar em se transferir para outro clube.

"Na minha cabeça, achei que tinha maldade. Passei por dificuldade, cheguei no fundo do poço e reergui aqui dentro do Fluminense. O que não me mata, fortalece. Naquele momento, achei que tinha maldade e não conseguiria trabalhar assim. Eu tenho gênio forte e o Levir também. Na reunião, decidimos cada um respeitar o outro. Cada um pode fazer desde que respeite o outro. Sou o capitão e seguiremos o trabalho."

Fred também disse que a postura do presidente Peter Siemsen e do diretor de futebol, Jorge Macedo, foram importantes para que ele optasse por permanecer na equipe, por onde foi bicampeão brasileiro.

“Foram dias complicados para todo mundo, especialmente para mim, pois sei que o Fluminense é minha casa. Graças a Deus, com a reunião que o Peter programou para nós hoje, onde teve o Peter, o Jorge e o Levir, a gente se acertou. Agora, é unir forças, se respeitar o máximo possível, para se concretizar o que eu creio e o que ele também falou. Nem eu, nem ele seremos maiores do que o Fluminense e temos consciência disso. Temos que unir forças e nos respeitarmos. Vou ajuda-lo a conquistar títulos importantes aqui”, salientou o atacante.