Ex-rebelde, Bandeira amplia crise no Fla por acerto sigiloso com a CBF
Surpresos e sem saber o que dizer. Foi assim que a maioria dos vice-presidentes do Flamengo acompanhou a convocação da seleção brasileira para a Copa América Centenário. Ligar a TV e se deparar com o presidente Eduardo Bandeira de Mello sentado à mesa entre o técnico Dunga e o coordenador Gilmar Rinaldi fez disparar a troca de mensagens indignadas entre os cartolas e torcedores rubro-negros.
Em um momento delicado do departamento de futebol após derrotas emblemáticas e eliminações, o mandatário ampliou a crise ao aspecto institucional. A forma sigilosa como aceitou o convite do presidente da CBF Marco Polo Del Nero para ser o chefe de delegação na competição sul-americana gerou críticas e irritação nos corredores da Gávea.
A decisão se deu na noite de terça-feira (3) a partir de um telefonema de Del Nero. Bandeira apareceu na sede da entidade com o motorista particular e surpreendeu os presentes na convocação. O vice-presidente de comunicação Antonio Tabet não foi informado, assim como o vice geral Maurício Gomes de Mattos, que está na Espanha.
O choque em vê-lo colaborar com a CBF foi tema nas redes sociais (veja abaixo) e da conversa entre os dirigentes. A reprovação é quase que total, principalmente pela forma como a negociação aconteceu.
Na Gávea, figuras políticas temem que a atitude tenha manchado a luta do clube pela Primeira Liga e desmoralize as iniciativas anteriores contra a própria entidade e a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). Por outro lado, existe a aposta de que o presidente tenha obtido alguma contrapartida, como a esperada aprovação da Liga ou até mesmo o fortalecimento político do Rubro-negro.
Traição, inaceitável, vergonha, decepção... Essas palavras circularam nas mensagens entre os cartolas do Flamengo e da Primeira Liga. A imagem de Bandeira de Mello aparentemente saiu arranhada do episódio e há quem aposte que ele ainda recue do convite por conta da repercussão negativa.
Por enquanto, o dirigente vai mesmo ocupar a controversa função de chefe de delegação e pode até se ausentar por mais de um mês do Flamengo entre maio e junho. O trabalho não está definido, mas o primeiro dia já foi tumultuado o suficiente para deixá-lo desconfortável.
“Ainda não conversamos exatamente sobre a minha função. O importante é assumir esse compromisso. Tenho a certeza de que vamos definir as coisas com calma”, pontuou Bandeira.
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