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Preparador prevê Palmeiras com mais fôlego, mas faz alerta sobre ritmo

Treino físico do Palmeiras realizado em Atibaia, na parte final da preparação - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Treino físico do Palmeiras realizado em Atibaia, na parte final da preparação Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Diego Salgado

Do UOL, em Atibaia (SP)

13/05/2016 11h00

Omar Feitosa voltou ao cargo de preparador físico do Palmeiras após a chegada do técnico Cuca, há dois meses. Desde então o time alviverde disputou 11 partidas e, agora, vive a fase final de um período de 19 dias sem jogos.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Omar, que passou pelo clube paulista entre 2007 e 2010, falou sobre a intertemporada do Palmeiras antes do início do Campeonato Brasileiro, neste sábado, contra o Atlético-PR no Allianz Parque.

Segundo o preparador físico, a equipe terá um fôlego extra durante boa parte do primeiro turno. Apesar disso, será preciso recuperar o ritmo de jogo durante os jogos que abrirão a campanha.

Omar ainda falou sobre alguns jogadores do elenco, como Moisés e Luan — ambos já estão na fase final de recuperação. Os casos de Allione e Edu Dracena, lesionados nas últimas semanas, também foram abordados pelo preparador palmeirense.

UOL Esporte: Como se adequar ao estilo do Cuca, que prioriza a movimentação e a troca constante de posição?
Omar Feitosa: Trabalhei com o Cuca pela primeira vez no Paraná Clube, depois Goiás, Botafogo. Todo treinador tem uma característica muito específica. Ele usa muita movimentação. O treino dele é muito intenso. Quando ele não prioriza apenas a parte tática, de posicionamento, os outros treinos são muito intensos. Os preparadores físicos ajudam a controlar a carga de trabalho. É bom que ele usa bastante a gente nesse aspecto. Eu me dou muito bem com ele, nesse aspecto, de encaixar as cargas de treinamento.
Esse fôlego físico conquistado nesses últimos dias vai durar quanto tempo?
Para começar a corrigir de novo vai depender de como os jogos vão se apresentar. Talvez oito a dez rodadas. Até a 12ª talvez. Para fazer ajustes e ir corrigindo. Depende dos jogos. Se pegar uma sequência de jogos que tem de buscar o resultado, o desgaste físico é maior. Se pegar uma sequência que o time sai na frente e administra depois. Tudo isso interfere na distância percorrida, nos tiros de velocidade.
Há algum aspecto negativo em ficar sem jogar?
Tem um ponto: se perde o aspecto competitivo. Perdemos um pouquinho em relação ao Atlético-PR. Ganhamos em todos os outros aspectos. Eles vêm desgastados? Claro, mas a parte competitiva deles está mais desenvolvida do que a nossa. Esse lado nosso é um ponto que vamos ter de desenvolver conforme os jogos passam. Com três, quatro rodadas já estaremos em um bom nível.
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Jogadores do Palmeiras realizam treino físico na primeira semana da intertemporada
Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras
Qual jogador teve mais avanço físico nesse período de treinos?
Muitos jogadores evoluíram bastante, Normalmente são aqueles jogadores que vêm de outro time. São jogadores que partem de um nível mais baixo e evoluem bastante, pois o Palmeiras tem uma comissão qualificada. Esse jogadores, dependendo do clube que eles vêm, são os que evoluem mais. Dá para citar o Róger Guedes, por exemplo. Ele teve uma evolução muito boa.
E qual tem a melhor condição física no elenco?
No geral são os meninos. O Gabriel Girotto, o Matheus Sales. O Jean é um atleta que tem uma condição física boa também. Uns têm mais resistência, outros mais velocidade, outros mais força. O Vitor Hugo dentro da função dele está muito bem. O Thiago Martins também é um jogador rápido. O Thiago Santos tem uma condição muito boa. Gabrile Jesus. Há muitos outros.
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Jean e Matheus Sales em ação
Imagem: Fabio Menotti/Ag Palmeiras
E o Luan? Qual a condição dele hoje?
Luan é um jogador de muita força. Fisicamente é um jogador que desenvolveu bem, está entre aqueles atletas, assim como o Moisés. É preciso saber ainda qual a condição de jogo dele hoje. Ele se sente bem para estar à disposição. O que temos de pesar é: quantos treinos ele poderá fazer. Para melhorar e ficar à disposição depois da segunda rodada. Mas isso não está definido. O Luan e o Moisés têm de colocar na balança o custo-benefício de levá-los, da necessidade do Cuca, da intenção dele. Eles estão liberados completamente pelo departamento médico.
O Allione avançou bastante já?
Evolui bem, mas ainda está nas mãos do fisioterapeuta. Depois vai passar para a transição dois. A transição um é uma carga mais leve. Na dois ele atinge bons níveis de treinamento, mas ainda não treina com o grupo. Depois ele vem para a preparação física com o grupo todo.
Como está o Edu Dracena?
Ele queria ficar aqui. Ele esteve em um bom momento de condição física quando nós conseguimos recuperar a panturrilha dele. Ele sentiu essa lesão na coxa. Lesão muscular, apesar de ser muito estudada, não é uma ciência exata. Não dá para cravar que vai se ter esse tipo de problema. Ele quer muito jogar. Ele é super profissional. Vamos corrigir agora, ajustar os treinamentos para tê-lo em boas condições por mais tempo, tanto nos treinamentos como nos jogos. Ele está chateado, eu também. Mas a lesão dele foi um caso isolado. Ele acabou tendo que fazer um arranque mais forte em um determinado momento do treinamento e nisso, com a vontade dele de chegar na bola, acabou trazendo essa lesão. Vai ser recuperado e ficará à disposição do Cuca em breve. Ele é um jogador que recupera bem e rápido.
É difícil trabalhar em um grupo com tantos jogadores?
Quando tem um grupo menor, é melhor para trabalhar. É inegável. A gente está conseguindo aqui, com os profissionais, dividir bem as cargas e o grupo. E tentar qualificar o máximo possível. O Palmeiras tem uma estrutura muito boa. Eu acho que a dificuldade está mais em relação estratégica e tática, porque mais jogadores são preteridos. Quanto mais jogadores forem preteridos, é preciso lidar com essa situação no dia a dia. Mas do ponto de vista de qualificar o trabalho de preparação física, de treinamento estamos conseguindo conduzir bem.