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Após a terceira eliminação no ano, Diego Aguirre está fora do Atlético-MG

AGUIRRE ANUNCIA DEMISSÃO E REVELA QUE QUERIA SAIR ANTES

UOL Esporte

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

19/05/2016 13h52

Durou cinco meses e 16 dias a passagem de Diego Aguirre pela Cidade do Galo. Anunciado em 3 de dezembro de 2015 como técnico do time para a temporada 2016, o uruguaio se desligou do clube nesta quinta-feira, após a eliminação para o São Paulo, na Copa Libertadores. Apesar do triunfo por 2 a 1, no Independência, o Atlético não chegou à semifinal, por ter sofrido um gol como mandante.

Na tarde desta quinta-feira, o técnico disse que foi ele quem tomou a decisão de pedir pra sair antes mesmo dos duelos contra o time paulista. O uruguaio não deixou claro quais foram os motivos.

“Falei para o Daniel (Nepumoceno, presidente do Atlético-MG) que queria deixar o clube há algumas semanas já. Ele me pediu pra esperar jogos importantes, como contra o Racing. Achei justo e combinamos que quando acabasse eu deixaria. Agradeço a todos no clube, foi uma experiência excelente”, falou Aguirre, em coletiva.

“Eu e Diego, quando conversamos hoje, fizemos questão de vir os dois juntos falar com a imprensa. Quando se tem relação pessoal, temos que caminhar juntos nos momentos bons e ruins. Não tenho muito a dizer. Ele me procurou há algumas semanas, ainda nas oitavas de final, ele compreendeu. Ele deixa muitos ensinamentos, é um treinador moderno e competente. Ainda não falei com nenhum outro treinador”, declarou Daniel Nepumoceno, presidente do clube.

Foi a terceira eliminação alvinegra na temporada, que antes de cair na Libertadores, nessa quarta-feira, já havia perdido a final do Campeonato Mineiro e ficado somente na fase de grupos da Primeira Liga. Com um elenco caro e cheio de opções, o rendimento do time estava abaixo do esperado, como revelou o presidente Daniel Nepomuceno, ainda antes de comunicar a demissão de Aguirre.

“Não era o que a gente esperava, de jeito nenhum. O elenco que está não condiz com os resultados”, disse o mandatário do Atlético após a eliminação para o São Paulo.

Mais do que as eliminações, a passagem de Diego Aguirre pela Cidade do Galo vai ficar marcada pelas decisões do treinador. A preferência por Patric no meio ou no ataque, mesmo com opções do setor à disposição, é uma delas. Assim como a ausência de Cazares em jogos importantes da Libertadores e a decisão o Mineiro com o América.

E foi no Estadual que Aguirre esteve mais perto de conquistar um título pelo Atlético. Mas a derrota por 3 a 2 no placar agregado, em uma decisão que podia empatar duas vezes, só aumentar as cobranças sobre o treinador. Com um elenco considerado muito bom para o atual padrão do futebol brasileiro, o time de Aguirre viveu de lampejos, como a boa exibição no triunfo por 3 a 0 sobre o Colo-Colo, na Libertadores.

Aguirre deixa o Atlético após comandar o time em 31 oportunidades, nem sempre com a equipe principal, já que por diversas oportunidades ele escalou times mesclados ou completamente reserva, como na vitória sobre o Santos, na abertura do Campeonato Brasileiro. Ao todo, foram 16 vitórias, sete derrotas e oito empates, com 54 gols marcados e 27 sofridos.

Recado de despedida

Após rápida reunião com o presidente Daniel Nepomuceno, o técnico Diego Aguirre fez um pronunciamento na Cidade do Galo. O treinador afirmou que o desejo de sair do clube era desde o término da primeira fase da Libertadores. Embora informações de bastidor dão conta que Aguirre saiu demitido, após a eliminação para o São Paulo.

"Tomei a decisão de deixar o clube, o principal objetivo não foi alcançado, fomos eliminados ontem. Acho que é um momento esportivo difícil para o clube e é para aliviar um pouco para os jogadores. Acho que vai ser bom para eles continuar por um caminho que foi bom. Estou muito agradecido ao presidente, ao Maluf (diretor de futebol) e todos profissionais que trabalhei aqui no clube. Futebol é assim, é ganhar, e, às vezes, tem que tomar algumas decisões. Cerca de 20 dias atrás, quando passamos da fase de grupos da Libertadores eu falei que não queria ficar. O presidente pediu para que eu ficasse, pois tínhamos que jogar com Racing, jogos importantes da Libertadores. Achei justo e ficamos acertado que eu sairia quando acabasse nossa participação na Libertadores".